Israel diz que fase intensiva dos combates em Gaza terminará ‘em breve’
Em declaração, ministro israelense Yoav Gallant relembrou que desde o começo informaram que a parte mais intesa da ofensiva duraria aproximadamente três meses; guerra no Oriente Médio já passa dos cem dias
O ministro de Israel, Yoav Gallant, informou que a fase intensiva dos combates no sul da Faixa de Gaza está prestes a terminar. A declaração foi dada na noite de segunda-feira, 16. “Dissemos claramente que a fase intensiva de operações duraria aproximadamente três meses”, disse o ministro. “No norte de Gaza, esta fase chega ao fim. No sul, vamos conseguir, e vai acabar em breve”, acrescentou. No entanto, aviões israelenses continuaram bombardeando a zona de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, onde a liderança local do Hamas se refugia. Após mais de cem dias de guerra, que resultaram em um alto número de mortos no território palestino, o Hamas afirma que 24 mil pessoas perderam a vida. Gallant afirmou que, desde o início do conflito em outubro, ficou claro que a fase intensiva de operações duraria cerca de três meses. Os bombardeios noturnos em Gaza resultaram em um total de 78 mortos e vários feridos, de acordo com a assessoria de imprensa do Hamas. No dia anterior, o grupo anunciou a morte de dois reféns israelenses em um vídeo divulgado por uma jovem também sequestrada pelo grupo. O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo por um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza, a fim de permitir a chegada de ajuda à população e facilitar a libertação dos reféns. “Precisamos de um cessar-fogo humanitário imediato” para garantir a chegada “de ajuda suficiente onde necessário” e para “apagar as chamas de uma guerra mais ampla, porque, quanto mais o conflito se prolonga, maior o risco de escalada”, declarou Guterres, em Nova York.
A guerra do Oriente Médio começou com um ataque sem precedentes do Hamas a Israel no dia 7 de outubro de 2023, resultando na morte de cerca de 1.140 pessoas, a maioria civis. Mais de 300 soldados também perderam a vida. Cerca de 250 pessoas foram sequestradas pelos combatentes islâmicos, sendo que 132 permanecem em Gaza, com 25 mortes confirmadas. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que resultou em aproximadamente 24.100 mortos, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas. O conflito também causou o deslocamento da maioria dos 2,4 milhões de habitantes do território. Organizações como a Unicef, o Programa Alimentar Mundial e a OMS alertaram para o risco de fome e epidemias de doenças mortais em Gaza, pedindo mudanças fundamentais na prestação de ajuda humanitária, incluindo a abertura de novos pontos de entrada mais seguros e rápidos.As hostilidades geradas pela guerra também se estendem além da Faixa de Gaza. Na segunda-feira, 15, uma mulher foi morta e 13 pessoas ficaram feridas em um subúrbio de Tel Aviv após serem atropeladas por um veículo, cujos dois suspeitos foram detidos pela polícia.
O conflito também aumenta as tensões regionais entre Israel e seus aliados, por um lado, e o Irã e seu “eixo de resistência”, composto por grupos armados como o Hamas, os rebeldes Houthis do Iêmen e o movimento libanês Hezbollah. Israel anunciou ataques aéreos contra posições do Hezbollah na cidade libanesa de Marun ar Ras, perto da fronteira norte, onde os confrontos são frequentes. No Iêmen, um navio cargueiro dos EUA foi atingido por um míssil disparado pelos Houthis. Na manhã de terça-feira, 16, a agência britânica de segurança marítima UKMTO relatou um novo incidente no Mar Vermelho, sem fornecer mais detalhes. No fim de semana passado, os Estados Unidos e o Reino Unido bombardearam posições dos Houthis no Iêmen em resposta aos ataques do grupo a navios no Mar Vermelho, em solidariedade aos palestinos em Gaza. No Irã, os Guardas Revolucionários lançaram ataques com mísseis contra a Síria e perto de Erbil, no Curdistão iraquiano, onde afirmaram ter destruído um centro de espionagem israelense.
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