A apatia e a despolitização no Rio de Janeiro – e no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 27/11/2017 12h58
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Reprodução/Instagram Gregório Duvivier Jorge Picciani é gravado sendo abordado pela Polícia Federão ainda na pista do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro

Felipe Moura Brasil destaca fala do cientista social Marcelo Burgos, professor da PUC-Rio, ouvido pelo O Globo. Ele diz que os partidos não conseguiram estabelecer lastros com a sociedade no Estado fluminense.

“O Rio não conseguiu desenvolver partidos com relação orgânica com a sociedade. Em São Paulo, fortaleceram-se partidos com mais lastro com a sociedade civil, como o PT, junto à classe operária, o PSDB, à classe média. Aqui, tivemos o que se diria um populismo de esquerda, nos tempos de Brizola, um arranjo pragmático-clientelista (Garotinho) até chegar à máquina política super blindada de Cabral e Picciani.

Seja pela névoa produzida pelos grandes eventos, ou pelo efeito anestésico das UPPs, fechou-se o ciclo perfeito: bênção, e investimentos, do governo federal do PT, uma Alerj transformada em extensão do Executivo, TCE e agências reguladoras sem desempenhar seu papel, Ministério Público impotente, mesmo a imprensa… Cabral e companhia são frutos deste cenário.

Acho que teremos abstenção enorme em 2018. Deve aumentar a apatia e despolitização da população, que é uma das causas deste quadro.”

a apatia e a despolitização da população são – em todos os sentidos – crônicas no Rio.

Com raras exceções, a imprensa tende a continuar deslumbrada com efeitos anestésicos como as UPPs e os grandes eventos; os pobres tendem a continuar querendo mais Estado; e os ricos tendem a continuar querendo apenas mais praias, festas e viagens.

Sem desejo de conhecimento, o Rio nunca vai sair do buraco. Que o resto do País também aprenda com esse exemplo.

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