Começa a semana decisiva para o futuro da Lava Jato e do Brasil

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 02/04/2018 10h21
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Nelson Jr./SCO/STF Os brasileiros voltam às ruas na terça-feira para protestar contra a blindagem do STF a criminosos condenados e cobrar a prisão de Lula, cujo habeas corpus será julgado pela Corte na quarta

Começa nesta segunda-feira uma semana decisiva para o futuro da Lava Jato e do Brasil.

Os brasileiros voltam às ruas na terça-feira para protestar contra a blindagem do STF a criminosos condenados e cobrar a prisão de Lula, cujo habeas corpus será julgado pela Corte na quarta – se nenhum ministro tiver uma viagem mais importante para fazer.

Mais de 5.000 membros do Ministério Público e juízes já assinaram uma nota técnica a ser remetida ao Supremo em apoio à constitucionalidade da prisão em segunda instância.

A mudança da jurisprudência, lembram eles após longa fundamentação, implicará a liberação de inúmeros condenados, seja por crimes de corrupção, seja por delitos violentos, tais como estupro, roubo e homicídio.

Se o STF soltar todos esses criminosos para salvar padrinhos políticos, lembro eu, deixará o povo brasileiro à mercê de bandidos impunes e ainda pagando salários dos ministros e escoltas que os protegem dos bandidos e da revolta dos cidadãos.

Se pagamos também as viagens de Gilmar Mendes a Lisboa, onde, apesar de um ou outro manifestante, ele anda mais à vontade, não sei ao certo, já que o ministro falou para um repórter devolver a pergunta ao editor e mandar ele enfiar isso na bunda.

Já a defesa de Lula faz chegar nesta segunda ao Supremo um parecer do jurista José Afonso da Silva contra a prisão após condenação em segunda instância.

Afonso afirma que um tribunal não “se sente apequenado pelo fato de rever sua posição em favor dos direitos fundamentais, a favor de quem quer que seja que lhe bata às portas”.

Quem está batendo às portas do STF, no entanto, é Lula, cujo HC, aliás, passou na frente de outros 33 pedidos anteriores.

Assim como Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, o jurista apenas tenta fazer o casuísmo lulista do Supremo, que, como apontou Cármen Lúcia, apequena a Corte, não parecer uma jurisprudência de encomenda ao petista condenado pela Lava Jato.

Deixar que Lula e outros condenados ricos paguem advogados até a última instância para não serem presos e que depois de velhos, se forem para a cadeia, sejam soltos por problemas de saúde, como ordenou Dias Toffoli nos casos de Paulo Maluf e Jorge Picciani, é dar a impunidade o mesmo caráter sistêmico da corrupção brasileira.

O povo roubado e estuprado, mas ainda não morto, não pode se calar diante desse risco.

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