Felipe Moura Brasil: Para tristeza do PT, nem todos os juízes são petistas de carteirinha

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 11/12/2018 09h07 - Atualizado em 11/12/2018 09h30
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Reprodução Reprodução Para tristeza dos hipócritas, nem todos os juízes são petistas de carteirinha

No dia da diplomação de Jair Bolsonaro como presidente eleito, o PT sofreu novas derrotas na Justiça.

A juíza Carolina Lebbos, de Curitiba, negou um pedido de visita de membros da comissão de Direitos Humanos do Senado ao presidiário Lula.

Carolina lembrou que o lugar em que Lula está preso já foi inspecionado por diversas comissões parlamentares, incluindo os mesmos senadores que solicitaram a nova visita – entre eles, Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias.

Os petistas queriam rever a suposta divindade guiadora da seita entre 11 e 13 de dezembro, mas Lebbos afirmou que o requerimento causava “estranheza” e que nenhum dos relatórios feitos nas visitas anteriores mostrou “irregularidades efetivas” na prisão.

Claro que não mostrou. Irregularidade é só narrativa política explorada na base do “se colar, colou”. Mas não cola.

Falando nisso, o corregedor Humberto Martins arquivou um dos procedimentos contra Sergio Moro no Conselho Nacional de Justiça, pelo episódio envolvendo o desembargador Rogério Favreto, que quase levou à soltura de Lula, em julho.

Martins decidiu arquivar a investigação sobre Moro e Favreto, por considerar que não houve desvio de conduta no caso. Num mesmo dia, Favreto, que foi filiado ao PT por 19 anos, deu ordem três vezes à Polícia Federal para soltar Lula, e Moro questionou o relator da Lava Jato no TRF-4, João Pedro Gebran Neto, sobre a legalidade do ato.

Para o corregedor, não há indícios de que a atuação de Moro tenha sido motivada por má-fé e/ou vontade de afrontar a decisão de Favreto, e ficou evidenciado que Moro buscava a melhor condução do feito, segundo o seu entendimento jurídico e percepção de responsabilidade social, como magistrado responsável pela instrução e julgamento da ação penal condenatória e juiz posteriormente apontado como autoridade coatora.

Foi, obviamente, o que comentei aqui na ocasião, há mais de quatro meses, enquanto o PT esperneava contra Moro. Quanto a Favreto, Martins considerou que não compete à corregedoria analisar o mérito de sua liminar. É o prêmio de consolação dos petistas.

Mas o ministro do STF Alexandre de Moraes ainda negou três pedidos de Dilma Rousseff para anular o processo de impeachment de 2016.

A defesa da petista questionava o ato da Câmara dos Deputados que abriu o processo, a tipificação do Senado das pedaladas fiscais como crime de responsabilidade, e acusava de desvio de poder Eduardo Cunha, então presidente da Câmara, e outros parlamentares que apoiaram o impeachment.

Moraes arquivou os pedidos sob o argumento de que cabe somente ao Senado decidir sobre o impeachment, não sendo possível ao STF rever a condenação.

Só faltou lembrar que o STF já fez demais por Dilma com a canetada de Ricardo Lewandowski que conservou os direitos políticos da petista, felizmente, porém, derrotada neste ano na disputa por uma vaga no Senado por Minas Gerais.

Como se não bastassem tantas derrotas, agora o PT pede a cassação de Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, em duas novas ações no TSE.

Numa delas, acusa abuso de poder econômico por meio do uso indevido de meios como o WhatsApp. Na outra, aponta uso eleitoral de programas da TV Record.

Este é o PT que, depois da eleição de 2014, acusava Aécio Neves de não saber perder.

Para tristeza dos hipócritas, nem todos os juízes são petistas de carteirinha.

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