Os petistas têm compromisso zero com os fatos

  • Por Felipe Moura Brasil/Jovem Pan
  • 23/01/2018 09h50 - Atualizado em 23/01/2018 10h11
EFE/Marcelo Sayão EFE/Marcelo Sayão Para o PT, na falta de argumentos jurídicos para inocentar Lula, vale produzir qualquer suposto fato na esfera da choradeira

O PT já se prepara para a derrota de Lula no TRF-4, nessa quarta-feira, 24 de janeiro.

Tanto que o ex-ministro petista Gilberto Carvalho disse que “dois a um pela condenação já seria uma vitória”.

Os petistas torcem por pelo menos um voto a favor, porque assim teriam direito a mais recursos e, de quebra, poderiam estender por mais tempo a campanha presidencial do condenado, ajudando também a reeleger parlamentares do partido que dependem disso para manter o foro privilegiado.

Eles, no entanto, já são sinais incontestes de desespero, para além daquelas ameaças de luta nas ruas, obstrução de cumprimento de mandados de prisão e desobediência civil.

Na semana passada, a senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tratou como homenagem a Lula uma faixa em um estádio alemão que, na verdade, homenageava o torcedor italiano Luca Farnesi, vítima de brigas de torcida em seu país.

Nesta semana, José Guimarães, o deputado petista que teve um assessor preso com dinheiro na cueca, em 2005, tratou como “caravanas” pró-Lula a caminho de Porto Alegre a imagem que, na verdade, mostrava um comboio de sacoleiros na fronteira entre Brasil e Paraguai.

Ou seja: os petistas têm compromisso zero com os fatos.

Também fizeram um carnaval com a história de que o triplex no Guarujá foi arrolado pela OAS numa ação de penhora que é movida contra a empreiteira no Distrito Federal — o que “provaria” (entre aspas) que o apartamento não é do petista.

A própria juíza do caso Luciana Torres de Oliveira teve de informar que o triplex foi arrolado por credores da OAS, e não pela empreiteira; e que não foi emitido “qualquer juízo de valor a respeito da propriedade”.

Ou seja: os credores querem se ressarcir com os bens que, aparentemente, pertencem aos devedores, sem se preocupar com a prática de crimes pelos devedores e seus comparsas. Uma coisa, portanto, nada tem a ver com a outra.

É só mais cortina de fumaça do PT.

E agora os mesmos defensores de Lula que reclamaram da celeridade da Justiça na primeira e na segunda instâncias e apresentaram um recurso a cada três dias, chegam ao cúmulo de argumentar que os crimes do petista caducaram.

Mas na sentença condenatória, como apontou Merval Pereira no Globo hoje, o juiz Sérgio Moro argumentou expressamente que parte dos benefícios materiais foi disponibilizada em 2009, quando a OAS assumiu o empreendimento imobiliário, e parte em 2014, quando das reformas e igualmente, quando em meados daquele ano, foi ultimada a definição de que o preço do imóvel e os custos das reformas seriam abatidos da conta corrente geral da propina, segundo Léo Pinheiro.

“Foi, portanto – escreveu Moro -, um crime de corrupção complexo e que envolveu a prática de diversos atos em momentos temporais distintos de outubro de 2009 a junho de 2014, aproximadamente. Nessa linha, o crime só teria se consumado em meados de 2014, e não há começo de prazo de prescrição antes da consumação do crime.”

Resumindo, meus caros ouvintes, os crimes do Lula não caducaram, assim como não caducará a interminável choradeira petista.

Haja mimimi.

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