Vera: Alta do diesel pode reacender ameaças dos caminhoneiros
Na noite desta quarta-feira (18), a Petrobras anunciou a elevação dos preços médios do diesel e da gasolina em suas refinarias. O aumento do diesel, de 4,2%, no entanto, deixa o Brasil novamente em situação de alerta para uma possível volta da greve dos caminhoneiros.
De acordo com a nova lógica de mercado da petroleira, quando um combustível aumenta de preço na refinaria, esse valor acaba subindo, também, mesmo que de forma diluída, nas bombas. Dessa forma, o impacto na inflação seria pequeno e ainda dentro da meta, mas o problema, na verdade, é político.
Com o reajuste do diesel, há, de novo, um risco de que os caminhoneiros voltem a se inquietar e a ameaçar o governo com paralisações e movimentos, o que pode causar uma grande reviravolta na situação, uma vez que a gestão de Jair Bolsonaro (PSL) é bastante sensível às pressões da categoria.
Na época das eleições, seus partidários surfaram na onda do movimento da greve, que aconteceu em maio do ano passado, e defenderam os caminhoneiros como uma categoria injustiçada, patriota e que estaria lutando por um país melhor.
Funcionou, mas agora eles estão meio reféns dessa questão: já precisaram recuar por alguma vezes na tabela do frete, voltando à determinada pelo ex-presidente Michel Temer e ficando em uma situação difícil para aumentá-la, o que dificulta e prejudica a vida dos produtores e exportadores, e ainda deixa o país em alerta para novas manifestações.
Resta ver o que o aumento de combustíveis e os ataques à Aramco, maior petroleira do mundo, na Arábia Saudita, podem causar no Brasil.
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