Evandro Santo desabafa sobre dependência química: ‘A doença sempre te vence no final’
No setembro amarelo, humorista lança, ao lado do terapeuta holístico Moreira, um podcast sobre saúde mental que estreia nesta sexta-feira, 10
Nesta quinta-feira, 9, o programa Pânico recebeu o humorista Evandro Santo, que lançará o podcast Puramente, focado em saúde mental, ao lado de Moreira, terapeuta que o acompanha no processo de tratamento contra a dependência química. Em entrevista, ele afirmou que procurou ajuda após ultrapassar os limites do uso de drogas durante a pandemia. “A doença sempre te vence no final. Chegou a pandemia e teve uma hora que eu estava usando em excesso. Mandei áudios para o Moreira, foi aí que eu pedi ajuda. Comecei a gostar da literatura, me mudei para a clínica, faço assistência terapêutica agora. Eu tinha um egoísmo, sou adicto desde moleque, mas comecei a usar substâncias com 29. Eu percebo minhas atitudes e compulsões na infância, aos 6 e 7 anos.”
Evandro ainda contou sobre o período de internação e aprendizados que tem em relação a sua hiperatividade durante o tempo em que está na clínica. “A droga pegou meu cognitivo, mas não pegou tanto. Eu entrei na internação de cabeça, voltei a ler muito e estudar muito. Sou extremamente impulsivo, tenho que respirar, pensar antes de falar, mas não se vive desse jeito. Eu tenho uma necessidade de núcleo familiar, saí de casa muito cedo e isso me pegou lá na frente, na curva. Tinha a falta de figura paterna, a não rotina é uma inimiga de um cara hiperativo. Eu precisava dar uma parada nesse ritmo da comédia. Na clínica eu chego num limite de exaustão. Finalmente encontrei um lugar onde posso colocar minha energia, eu queria ser uma pessoa calma, hoje me aceito como hiperativo.”
Com previsão de lançamento para esta sexta-feira, 10, o primeiro convidado do podcast Puramente será Tico Santa Cruz, vocalista do Detonautas. Evandro afirmou que o programa não misturará o humor em seu formato. “Quando eu quero falar de saúde mental, pode vir uma veia humorística ou algo engraçado, mas falando sobre saúde mental e dependência química, como eu vou falar isso com humor? Eu vou falar sobre vidas, não dá para brincar que alguém tá cheirando, que alguém teve overdose. Não dá para ser comediante e falar sobre saúde mental.”
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.