Filme ‘Reação em Cadeia’ retrata armadilhas de um sistema corrupto, diz Márcio Garcia

Bruno Gissoni, que vive o protagonista Guilherme, fala sobre similaridades entre o longa e a vida real: ‘Quando você sai de casa, você se depara com o sistema’

  • Por Caio Sandin
  • 18/09/2021 10h00
Divulgação/Paris Filmes Márcio Garcia sentado olhando para o horizonte durante gravações do filme 'Reação em Cadeia' “Reação em Cadeia”, dirigido por Márcio Garcia, chegou aos cinemas de todo o Brasil na última quinta-feira, 16

O diretor e roteirista Márcio Garcia gosta de definir o seu novo longa, “Reação em Cadeia”, que chegou aos cinemas de todo o Brasil na última quinta-feira, 16, em uma frase: “Pense bem nas suas escolhas, elas são tudo o que você tem”. Para ele, o protagonista da história, Guilherme, vivido por Bruno Gissoni, representa todo e qualquer brasileiro honesto que busca viver com princípios e nos trilhos, mas que, em algum momento, “é puxado para fora disso”, por causa “deste grande mecanismo corruptivo que existe no nosso país, não só na política.”

Segundo Garcia, em um momento do longa, o protagonista se depara com o impacto das escolhas que cada pessoa tem. A partir dessa cena, o diretor faz uma analogia com a realidade: “A gente tem que lutar para não ceder com tanta facilidade. Que é o caso do Guilherme, que não queria, mas quando vê sua filha em perigo, tem de ir. E aí ele se vê envolvido nessa reação em cadeia, com todo um imbróglio e envolvendo muitas pessoas, que acabam nessa trama. Isso tudo para a gente ver como uma decisão de uma pessoa pode transformar tanta coisa”, reflete. Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o diretor também cita que uma das inspirações para criar os dilemas do protagonista são situações da vida real, por exemplo, quando as pessoas oferecem propinas para guardas ou fiscais. “Isso um dia volta. Se você não é o corrupto, você é o corruptor. Então, o preço que se paga, é um preço caro”, diz.

Já Bruno afirma que o seu personagem se enquadra muito bem na realidade do trabalhador brasileiro: “A gente se encontra nesse lugar quase que diariamente no Brasil. Quando você sai de casa, você se depara com o sistema, seja parado numa blitz, que você não sabe se vai ser tratado da forma correta. Então você sempre tem que escolher um caminho: vou para o lado mais fácil ou vou para o lado correto”, aponta. O ator também lembra de uma metáfora utilizada por Garcia no filme para explicar, em meio à cenas de ação, corrida e romance, como o protagonista se sente: “É como o peixe voador, ele voa para fugir dos predadores da água e depois, quando está lá em cima, tem a ave que tenta pegá-lo. Então, a todo momento nós somos presas fáceis para o sistema. E é aí que o Guilherme mostra uma outra opção, através da inteligência, do diálogo”, conta.

Confira a conversa na íntegra:

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