Em clima de balada, Linkin Park fecha segunda edição do Maximus Festival em São Paulo
Estilos, pesos musicais e gerações diferentes foram as características da segunda edição do Maximus Festival, que aconteceu neste sábado (13), no autódromo de Interlagos, Zona Sul de São Paulo, que reuniu 40 mil pessoas.
A organização do evento, porém, recebeu reclamações. Muitos criticaram as promoções de ingressos, classificadas como “injustas” por quem comprou no primeiro lote, e também os horários dos shows: Rise Against e Slayer, por exemplo, tocaram simultaneamente.
Esses “problemas” não tiraram a empolgação do público, que se fez presente desde cedo na frente dos palcos para acompanhar as bandas que tocaram ainda sob a luz do sol. Os shows pontuais e os dois palcos principais colados um ao lado do outro proporcionaram um aproveitamento maior das atrações.
A brasileira Nem Liminha Ouviu foi quem deu os primeiros acordes no evento, seguida pela Oitão, que tem como vocalista o renomado chefe de cozinha Henrique Fogaça, jurado no reality “Master Chef Brasil”. Dead Fish também representou o País no diversificado line-up, que teve o metal industrial de Rob Zombie, o hardcore norte-americano das bandas Hatebreed, Pennywise e Rise Against, o metal alternativo das também americanas Five Finger Death Punch e Red Fang, além do rock alemão da Bohse Onkelz.
Slayer
O Slayer foi a responsável por trazer ao festival o thrash metal norte-americano da década de 1980, e atraiu o público mais velho, o que não tirou o peso da apresentação, justificado com os enormes moshs, as famosas rodas de bate-cabeça, bem de frente ao palco Maximus.
O grupo abriu com “Repentless”, música que dá nome ao último álbum, lançado em 2015. O disco é o primeiro sem o guitarrista e fundador Jeff Hanneman, que faleceu em 2013, e sem o baterista Dave Lombardo, que foi demitido e substituído por Paul Bostaph. No entanto, os 36 anos de carreira e a interação do vocalista Tom Araya com o público fazem com que o Slayer não sinta as perdas durante o setlist, que passou por todas as épocas dos californianos.
Prophets Of Rage
Formado por integrantes do Rage Against the Machine, pelos membros do Public Enemy, DJ Lord e Chuck D, e o rapper do Cypress Hill, B-Real, o Prophets of Rage trouxe ao autódromo um show pesado e com protestos.
O rep-metal do supergrupo manteve a empolgação do público, presenteado com um setlist poderoso. O repertório é quase todo formado por músicas do Rage, entre elas, a clássica “Killing in the name”, que fechou a apresentação de forma espetacular, tirando o público do chão.
Cabe destaque também ao guitarrista Tom Morello. Com seu estilo único, o músico arrancou elogios de todos com o som funkeado e engajamento político de sempre. Desta vez, Morello trouxe na guitarra uma placa com os dizeres “Fora Temer”, que rendeu um coro, não muito longo, de alguns fãs.
Linkin Park
Com um show voltado mais para o pop, o Linkin Park fechou a noite em São Paulo. A banda da Califórnia deu uma esfriada no público, que vinha da poderosa “Killing in the name”, com um início formado apenas de músicas recentes, como “Talking to Myself”, lançada este ano, e que, assim como as outras, foi cantada apenas pelos mais fiéis ao grupo e pelos mais jovens.
Somente na quinta música o público foi atingido em cheio. “One Step Closer”, lançada em 2000, trouxe o verdadeiro nu-metal de Chester Bennington, Mike Shinoda e companhia, e agitou as diferentes gerações que acompanham os músicos.
O estilo pop com pinceladas eletrônicas voltou a tomar conta da apresentação e ganhou mais força ainda com uma “Breaking the habit” mais calma e à capela, seguida por “Crawling”, na versão voz e piano, mas que seguraram bem.
Com a responsabilidade de fechar um festival recheado de hardcore e metal, o Linkin Park reservou para a segunda metade do show os hits da época de maior sucesso da banda, como “Somewhere I Belong”, “In the End”, “Faint” e “Papercut”, e passou a elogiar bastante os fãs brasileiros, classificados por Chester como “os melhores”. A também clássica “Bleed It Out” deu ponto final à apresentação.
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