Velório de Beth Carvalho será na sede do Botafogo nesta quarta
O velório da cantora Beth Carvalho será realizado nesta quarta-feira (1º), a partir das 10h, no Salão Nobre da sede do Botafogo de Futebol e Regatas, seu clube do coração, em Botafogo. De lá, o cortejo seguirá em carro aberto do Corpo de Bombeiros para o crematório do Cemitério São Francisco Xavier, do Caju, zona portuária da cidade, onde será cremado. Na página do clube no Facebook houve uma homenagem a botafoguense de coração. “Nossa estrela foi brilhar no céu. Descanse em paz, madrinha!”.
A sambista morreu no início da noite desta terça-feira (30), aos 72 anos de idade. Ela estava internada no Rio de Janeiro desde o dia 8 de janeiro. O Hospital Pró-Cardíaco divulgou um comunicado informando que a cantora faleceu devido a uma infecção generalizada.
Beth Carvalho sofria de fortes dores na coluna. Em setembro do ano passado, ela se apresentou deitada na casa Km de Vantagens Hall, no Rio de Janeiro. Reverenciada pelo público que compareceu ao show, a “madrinha do samba” cantou com o Fundo de Quintal para lembrar os 40 anos do disco De Pé no Chão, no qual lançou o grupo.
Trajetória
A carreira de Beth Carvalho teve origem na bossa nova. Em 1965, gravou o seu primeiro compacto simples com a música Por Quem Morreu de Amor, de Menescal e Bôscoli. Em 66, já envolvida com o samba, participou do show A Hora e a Vez do Samba, ao lado de Nelson Sargento e Noca da Portela.
Participou de festivais como o Festival Internacional da Canção (FIC) e o Festival Universitário. No FIC de 68, conquistou o 3º lugar com Andança, de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi, e ficou conhecida em todo o país.
A partir de 1973, passou a lançar um disco por ano e se tornou sucesso de vendas, emplacando vários sucessos como 1.800 Colinas, Saco de Feijão, Olho por Olho, Coisinha do Pai, Firme e Forte e Vou Festejar.
Beth Carvalho é reconhecida por resgatar e revelar músicos e compositores do samba. Em 1972, ajudou no resgate de Nelson Cavaquinho, que lhe presentou com a canção Folhas Secas, parceria de Nelson com Guilherme de Brito, e de Cartola, de quem três anos depois gravou a até então inédita As Rosas Não Falam. As duas se tornaram clássicos da música brasileira
Para Caetano Veloso, a cantora Beth Carvalho foi uma das maiores maravilhas do Brasil. “Eu a conheci logo que cheguei ao Rio com Bethânia. Ela muito menina cantando Bossa Nova, depois se tornou a madrinha do renascimento do samba de raiz do Rio de Janeiro. É uma das maiores expressões da nossa cultura”.
Paulinho da Viola também homenageou a Madrinha do Samba. “Perdemos hoje uma pessoa muito importante para o nosso samba. Beth Carvalho terá seu lugar entre aqueles que contribuíram para a construção do patrimônio musical brasileiro. Sua importância se estende também aos compositores cujas obras ela deu voz. Tive a satisfação de ouvi-la gravar Dança da Solidão. Minha solidariedade aos familiares, amigos, amantes do samba, fãs e à Estação Primeira de Mangueira”.
*Com Agência Brasil
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