Por causa de acidentes, nenhuma escola de samba do Rio cairá este ano
Nenhuma escola do Grupo Especial do Rio cairá para a série A este carnaval, por conta dos acidentes com carros alegóricos que prejudicaram duas escolas, o Paraíso do Tuiuti, no domingo, e a Unidos da Tijuca, na segunda-feira, e atrasaram os desfiles. A decisão foi tomada por dirigentes das agremiações em reunião na tarde desta quarta-feira, 1º.
Com isso, ano que vem haverá 13 escolas desfilando, pois a vencedora da série A sobe para o Especial. Às 16h45, começa a apuração das notas dos jurados, no sambódromo. A expectativa é que haja perda de pontos das duas escolas por conta do prejuízo que os acidentes deram à evolução dos desfiles.
Até essa decisão, o temor era de que a Unidos da Tijuca, uma escola grande e que vem conseguindo bons resultados – desde 2010, foi campeã três vezes, e vice duas vezes – descesse para a série A.
“A medida foi correta e exata. Qual escola se sentiria feliz ao sofrer um acidente no meio da pista e ser rebaixada por isso? Que o samba continue sempre unido. Espero que sempre sejam tomadas essas decisões, a partir do momento que vá prejudicar qualquer escola”, disse, na expectativa da apuração, Laíla, carnavalesco da Beija-Flor. A agremiação está no páreo pelo título.
A possibilidade de rebaixamento do Paraíso do Tuiuti, agremiação com poder menor, que só desfilou no Grupo Especial em 2001, pesou menos na deliberação. Isso porque tradicionalmente a escola que sobe num ano acaba descendo no seguinte, por ter menos dinheiro e condições de apresentar um trabalho à altura das demais.
Quatro acidentes com carros alegóricos fizeram deste um carnaval atípico e dramático para as escolas de samba do Grupo Especial. Os dois dias de apresentação somaram 32 feridos. No domingo, um carro do Tuiuti entrou torto na pista e prensou pessoas contra a grade no setor 1, ferindo 20. Na segunda, parte da estrutura de um carro da Tijuca desabou no começo do desfile, deixando 12 pessoas machucadas.
“É um ano catastrófico, um carnaval para se esquecer. Tenho 46 anos de desfiles e nunca aconteceu. Não há explicação para isso”, avaliou Jorge Perlingeiro, diretor artístico da Liga e apresentador da apuração.
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