Campanha pede que marcas abandonem Sikêra Júnior em apoio ao movimento LGBTQIA+

Durante programa exibido na última sexta-feira, apresentador disse, durante um comentário sobre propaganda do Burger King, que há anos engole ‘essa raça desgraçada’

  • Por Jovem Pan
  • 28/06/2021 19h55 - Atualizado em 28/06/2021 20h11
Divulgação/RedeTV! De terno azul. o apresentador Sikêra Júnior apresenta o Sikêra Júnior é o apresentador do "Alerta Nacional", da Rede TV!

No Dia do Orgulho LGBTQIA+, o Sleeping Giants Brasil lançou uma campanha pedindo para que as marcas que patrocinam o programa “Alerta Nacional”, da Rede TV!, abandonem a atração em solidariedade aos gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e outras pessoas ofendidas pelo apresentador Sikêra Júnior na edição da última sexta-feira, 25. “A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, que quer que a gente aceite que a criança… Deixe as crianças, rapaz”, disse o comunicador. Sem completar seu raciocínio, ele vociferava contra uma propaganda da rede de fast-food em favor da aceitação da diversidade. “Vocês não têm filhos, não procriam, não reproduzem. Eu cheguei à seguinte conclusão: vocês precisam de tratamento. Que tara é essa de pegar as crianças do Brasil? Se você quer dar esse rabo, dê, mas não leve as crianças”, continuou Sikêra.

A campanha foi batizada de #DesmonetizaSikera e rapidamente chegou aos trending topics do Twitter (os assuntos mais comentados da rede social). “Ajude-nos a alertar as empresas para que nesse Dia Internacional do Orgulho LGBT façamos mais do que trocar a foto do perfil”, pede o Sleeping Giants, enfatizando alguns trechos proferidos pelo apresentador durante o programa: “Já pensou ter um filho viado e não poder matar?”; “Raça desgraçada”; “Vocês são nojentos”. Criado pelos jovens Leonardo de Carvalho Leal e Mayara Stelle, o movimento pressiona marcas que estão ao lado de pessoas ou empresas que a dupla julga como antidemocráticos.

Esta não é a única tentativa de boicote enfrentada por Sikêra após o ataque aos homossexuais. A cantora Ludmilla, que em julho de 2019 assumiu o relacionamento com Brunna Gonçalves, uma de suas bailarinas, manifestou-se contra o contratado da Rede TV!. “São por discursos de ódio como esse que diversas pessoas são agredidas e assassinadas todos os dias. Um caso bem recente é o da Roberta Silva, mulher trans de 32 anos, que foi queimada viva em Recife”, disse a funkeira, em um apelo público para que o Ministério Público Federal investigue o apresentador.

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