Cerimônia na Arena Condá termina com muita emoção e participação popular

  • Por Jovem Pan com Agência Brasil
  • 03/12/2016 16h59
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Arena Condá recebeu milhares de torcedores para se despedir dos "campeões" da Chapecoense

Nilton Fukuda / Estadão Conteúdo Arena Condá recebeu milhares de torcedores para se despedir dos "campeões" da Chapecoense
A chuva que caiu durante este sábado aumentou o clima de forte emoção e melancolia que tomou conta de Chapecó desde as primeiras horas da manhã. Apesar do tempo fechado, a população da cidade deixou suas casas, seja em direção às ruas por onde o cortejo fúnebre passou ou para as arquibancadas e arredores da Arena Condá, para saudar os “campeões” que morreram no acidente aéreo na Colômbia na última terça.

Com o estádio tomado por um clima de imensa tristeza, foi justamente com gritos de “o campeão voltou” que a torcida recebeu aqueles tanto atuaram no gramado da Arena catarinense. Torcida esta que contou com o reforço de representantes de diversas outras agremiações, muitas delas rivais, que se mantiveram unidas durante toda a homenagem.

Em várias partes do estádio viam-se faixas em agradecimento ao povo da Colômbia, país onde ocorreu o acidente e que prestou o atendimento e o resgate das vítimas. Na última quarta-feira (30), uma cerimônia muito emocionante em homenagem às vítimas foi realizada no estádio de Medellín, exatamente no horário em que seria disputada a final da Copa Sul-Americana.

Alguns torcedores levaram à Arena Condá, inclusive, a bandeira colombiana. “Colombia, gracias por todo”, é o que diz uma das faixas. Outra, em inglês, diz “A todo mundo, o que nos resta é agradecer”.

“O carinho que eles [colombianos] tiveram com todo o povo chapecoense, com todos os brasileiros, foi muito comovente. Por mais que a gente queira demonstrar o quanto estamos gratos, não há palavras para dizer o quanto estamos honrados por tê-los como irmãos, vizinhos. Eu acho que Deus colocou uma nação muito nobre, muito educada e cheia de princípios para ensinar para todo mundo a fraternidade e a solidariedade. Esses professores são os colombianos”, disse Gustavo Braun, corretor de seguros que levava uma das faixas.

Terminada por volta das 15h (de Brasília), a cerimônia – que contou com a presença do presidente Michel Temer e do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo – começou com a entrada dos caixões dos atletas e com a execução dos hinos do Brasil e da Chapecoense. Em seguida, o presidente em exercício da Chapecoense, Ivan Tozzo, e o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, fizeram seus discursos visivelmente emocionados.

Um dos destaques do evento foi a mensagem enviada pelo Papa Francisco, cujo texto foi lido durante a cerimônia pelo bispo de Chapecó (SC), dom Odelir Magri. “Consternado pela trágica notícia do acidente na Colômbia, o Papa pede que sejam transmitidas suas condolências e sua participação na dor de todos os enlutados. Ao mesmo tempo, pede ao céu conforto e restabelecimento para os sobreviventes e coragem e consolação para todos os atingidos pela tragédia”, diz a mensagem.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, em discurso no final da cerimônia, ressaltou o “momento de dor”, e que não havia palavras que pudessem diminuir o sofrimento dos que perderam entes queridos no acidente. “Quero deixar aqui um abraço solidário de todo o mundo do futebol e dizer que a Fifa está do vosso lado, não só hoje mas sempre. Força Chape, somos todos brasileiros, somos todos chapecoenses”, disse Infantino.

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