COI diz que é prematuro falar em adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio

  • Por Jovem Pan
  • 21/03/2020 15h14
EFE Agência EFE Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI)

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, explicou porque a entidade ainda mantém a postura de não alterar a programação da Olímpiada de Tóqui, marcada para começar em 24 de julho. Segundo o dirigente, o cancelamento está fora de cogitação e até mesmo o adiamento não entrou na pauta.

“É claro que estamos considerando muitos cenários diferentes, mas somos diferentes de outras organizações esportivas e ligas profissionais porque a Olimpíada está a quatro meses e meio de distância. Essas organizações estão sendo ainda mais otimistas do que nós, porque adiaram seus eventos até abril ou o final de maio. Já nós estamos falando do final de julho”, comentou, em entrevista ao jornal The New York Times.

Ele explica aque a pandemia, que tem deixado muitas pessoas em diversos países em isolamento social, além de impossibilitar atletas de treinar, coloca uma incerteza no movimento olímpico, mas garante que, por enquanto, a data para a cerimônia de abertura está mantida.

“Ninguém consegue dizer hoje quais serão os desdobramentos amanhã, quais serão os desdobramentos em um mês, quanto mais dentro de mais de quatro meses. Portanto, não seria responsável, de maneira alguma, estabelecer agora uma data para tomar uma decisão, já que isso se basearia em especulação sobre futuros desdobramentos”, disse.

Bach montou um grupo de trabalho para lidar com a situação, que conta inclusive com representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Eles nos dizem que é cedo demais para tomar uma decisão e, ao mesmo tempo, estamos monitorando de perto o que está acontecendo”, explicou. “Para nós, não seria responsável agora e seria prematuro começar a especular ou tomar uma decisão em um momento em que nosso grupo de trabalho ainda não fez uma recomendação.”

A comparação com outras competições que já foram adiadas, como a Copa América e a Eurocopa, é inevitável. Mas, segundo Bach, a Olimpíada é diferente. “Algumas organizações adiaram eventos a fim de abrir espaço para que outros eventos possam ocorrer. A Eurocopa deveria começar em junho, na Itália. O torneio foi adiado por um ano, o que foi recebido com aprovação pelas ligas profissionais da Europa porque isso garante concluir suas temporadas.”

Tomas Bach garante que o foco no momento é a proteção da saúde dos atletas e o auxílio na luta pela contenção do vírus em todo mundo. Ele garante que a decisão do COI não terá qualquer influência de interesses financeiros. Por fim, ele bancou que os Jogos de Tóquio serão realizados. “Devemos oferecer a todos os atletas, e à metade da população mundial que assiste aos Jogos Olímpicos, a garantia de que não vamos colocar o cancelamento na agenda.”

* Com Estadão Conteúdo

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