COI quer número mínimo de antidopings para atletas disputarem Mundiais

  • Por Estadão Conteúdo
  • 16/03/2017 12h06
Reprodução/Facebook WADA - Facebook

Reunido a partir desta quinta-feira em Pyeongchang, na Coreia do Sul, sede da próxima edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, o Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) apresentou uma carta com 12 princípios para fortalecer o controle antidoping no esporte olímpico, reafirmando a necessidade de criação de uma autoridade independente de testes da Agência Mundial Antidoping (Wada). A ideia já havia sido apresentada em outubro.

Desta vez, o COI detalha os princípios que acredita serem necessários para que o combate ao doping se fortaleça, especialmente depois da publicação da versão final do relatório do investigador independente Robert McLaren. 

Entre as novidades apresentadas nesta quinta-feira, chama a atenção a proposta de que a nova agência independente, chamada pela sigla ITA, junto com as federações internacionais, crie um Plano de Distribuição Internacional de Testes (ITDP, na sigla sugerida) que determine um número mínimo de testes antidoping para que um atleta seja elegível para participar de Campeonatos Mundiais e dos Jogos Olímpicos. Quem não atingir esse piso, simplesmente não poderia competir.

Pela proposta do COI, seriam as agências antidoping nacionais, conhecidas como NADOs, as responsáveis por executar esses testes, com a Wada assegurando que o ITDP será implementado independente dos interesses nacionais. A ITA seria responsável por aplicar as políticas antidoping, tendo seu conselho formado por representantes de autoridades públicas, do movimento olímpico, da Wada e dos atletas.

Já com relação à Wada, o COI defende que a agência deve ser igualmente independente tanto das organizações esportivas, como a Fifa, quanto dos governos nacionais. “Isso é necessário por causa da percepção de que um conflito de interesses pode ser prejudicial à credibilidade do sistema antidoping”, explica o COI, no primeiro item da carta com os 12 princípios.

Chama atenção, aliás, o fato de que os itens da sessão “fortalecer a Wada” apareçam na frente dos da sessão “criação de uma autoridade independente de testes”, ainda que a maior novidade esteja nessa segunda. É que quando a ideia foi apresentada, houve um entendimento de que o COI queria enfraquecer a Wada, que continuaria a ser responsável pela política antidoping, mas não mais pelos exames.

Mas o COI agora indica que fortalecer a Wada é prioridade. Para isso, sugere também que os conselhos diretivos da entidade tenha o mesmo número de representantes de governos e de federações internacionais e que o espaço dados aos atletas cresça. O COI ainda pontua que os representantes dos atletas devem ser eleitos por eles (e não indicados, como é agora) e que os conselhos também incluam membros independentes.

Por fim, o documento do COI ainda defende que o presidente e o vice da Wada sejam neutros, sem nenhuma relação com governos ou federações. Craig Reedie, atual presidente da Wada, foi, durante três anos, também vice-presidente do COI.

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