Com apoio de Bach, Nuzman se diz confiante para vencer eleições da Odepa

  • Por Estadão Conteúdo
  • 26/04/2017 09h38
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Divulgação/COB Nuzman - Divulgação

Presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) desde 1995, da Organização Desportiva Sul-Americana (Odesur) desde 2003 e do Comitê Rio 2016, que organizou os Jogos Olímpicos do ano passado, Carlos Arthur Nuzman pode se tornar nesta quarta-feira o chefe máximo do esporte no continente. Ele disputa – na condição de favorito – a presidência da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa), entidade que congrega os 41 comitês olímpicos nacionais do continente. Mesmo que as contas do Rio 2016 não tenham sido fechadas e que o Parque Olímpico da Barra se encontre subutilizado, Nuzman espera que “o sucesso que nós tivemos” seja replicado no continente.

Na noite desta terça-feira, após um dia de reuniões e contatos com dirigentes que estão no Uruguai, o cartola se disse “confiante e otimista” para o pleito. “O saldo é altamente favorável, mas vamos aguardar amanhã (nesta quarta-feira) para ver as urnas”, comentou, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo.

A confiança vem muito em função da ajuda de um cabo eleitoral de peso. O alemão Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), está em Punta Del Este – onde acontece o congresso da Odepa – e, publicamente, elogiou a organização dos Jogos do Rio 2016. De quebra, ainda convidou Nuzman para ser membro do Comitê de Coordenação do COI para os Jogos de Tóquio 2020, cargo prontamente aceito pelo brasileiro.

Os elogios públicos de Bach são armas utilizadas por Nuzman para se defender das críticas à organização dos Jogos – as contas da Olimpíada do Rio ainda não foram fechadas e o Parque Olímpico da Barra convive com situações de abandono.

Independente disso, Nuzman negou qualquer problema com os Jogos do Rio e empurrou a responsabilidade para outros entes. “As contas do comitê organizador estão apresentadas, tanto as da candidatura quanto o que nós gastamos. (O gasto) dos governos é uma questão que eles devem apresentar”, afirmou.

Ele também refutou a ideia de que as instalações olímpicas sejam responsabilidade de organizações sob seu comando. “É bom deixar muito claro que as instalações não pertencem ao COB, mas nós estamos colaborando com o Ministério do Esporte”, disse Nuzman, para depois fazer nova defesa. “Em Londres, depois de terem sido feitos os Jogos que todo mundo elogiou, levou mais de um ano para poder apresentar legado, ocupar as instalações e abrir o Parque Olímpico.”

Além de Carlos Arthur Nuzman, disputam a presidência o chileno Neven Iván Ilic e o dominicano Jose Joaquín Puello. No total, 51 votos estarão em disputa – países que já sediaram Jogos Pan-Americanos têm direito a um voto a mais. Para ser eleito, Nuzman precisará de 26 deles.

Se vencer o pleito, o presidente do COB garante que acumulará as funções e não irá se licenciar de nenhum cargo. “Tantas pessoas dirigem mais de uma organização pelo mundo, e eu não preciso ir ao México (sede da entidade) para dirigir a Odepa. Muito pelo contrário. Vou ter um escritório no Rio onde vou poder participar da mesma maneira”, comentou Nuzman.

JOGOS – Quem sair vitorioso na eleição desta quarta já terá que lidar com um problema de grandes proporções. O principal “produto” da Odepa são os Jogos Pan-Americanos, cuja próxima edição, em Lima, está sob risco.

Na terça, a Odepa apontou atrasos nas obras e alertou para problemas de infraestrutura, sobretudo em transportes. Para piorar a situação, Lima sofreu com enchentes recentemente e muitos peruanos questionam os gastos com instalações para a edição marcada para 2019. Apesar de o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, garantir a realização da competição, há um movimento para que a cidade abra a mão de ser sede.

Sobre isso, Nuzman foi evasivo. “Não posso comentar sobre um evento no qual quem tem que responder é o presidente da Odepa”, comentou. “Tudo que eu tiver que fazer, se eu ganhar a eleição, no dia seguinte eu estarei à disposição.”

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