Como a Eslováquia pode ajudar o Fluminense a jogar uma Champions

  • Por Jovem Pan
  • 21/11/2016 18h54
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Eslovaco ŠTK Fluminense Šamorín é uma "filial" do clube carioca na Europa

Divulgação Eslovaco ŠTK Fluminense Šamorín é uma "filial" do clube carioca na Europa

“Faça uma melhor pessoa e tenha um melhor jogador”. É este o lema que inspira o Fluminense em um dos projetos mais ousados da história do futebol brasileiro. Desde a metade do ano passado, o clube carioca gere simplesmente um time de futebol da Eslováquia. Fundado em 1914, o centenário ŠTK Šamorín agora se chama ŠTK Fluminense Šamorín, fruto de uma parceria entre a agremiação brasileira e o clube eslovaco. 

A iniciativa surgiu para que o Fluminense preenchesse um gap existente entre a sua poderosa categoria de base e o time de cima. Há pelo menos um ano e meio, meninos que estouraram a idade sub-20 e não têm a oportunidade de atuar entre os profissionais do Flu são mandados para a Europa, para um período de empréstimo. 

Lá, atuam pelo ŠTK Šamorín e ganham experiência para voltar ao Brasil com melhores condições de jogo. O projeto tem dado certo: em um ano e meio, o time eslovaco subiu da terceira para segunda divisão sem perder um jogo sequer e, hoje, ocupa a quinta colocação da conferência oeste da Série B, a seis pontos do líder. 

O mesmo sucesso tem se refletido no desempenho dos jovens. “Já vemos claramente uma evolução nestes atletas, porque, aqui no Fluminense, eles estariam em um time sub-20. Lá, eles jogam por uma equipe profissional“, explicou o gerente geral das categorias de base do Fluminense, Marcelo Teixeira, em entrevista exclusiva a Zeca Cardoso, para a Rádio Jovem Pan.

ŠTK Šamorín não tem apenas jogadores da base do Fluminense. A maioria dos atletas, é claro, é eslovaca. Os brasileiros são apenas parte de um elenco que, curiosamente, joga com dois símbolos na camisa: o do ŠTK Šamorín e o do Fluminense – situação que alimenta o sonho de, mesmo indiretamente, o clube carioca um dia marcar presença nos maiores torneios do futebol europeu. 

Você  essa transformação… É uma satisfação enorme. O nosso grande sonho, daqui a três, quatro, cinco anos, é ver camisa do Fluminense na Europa League, ver jogadores de Xerém na Europa League e, depois, voltando ao Brasil para atuar na equipe profissional. O caminho é longo, mas possível“, explicou Marcelo Teixeira, que não descarta nem uma improvável classificação à Champions League – hoje, apenas o campeão eslovaco se classifica para disputar a fase preliminar do torneio. 

E o custo? 

Ao contrário do que pode parecer, a parceria entre Fluminense e ŠTK Šamorín não prejudica as contas do clube brasileiro. Hoje, o Fluminense gasta apenas 400 mil euros por ano para ter um time na segunda divisão da Eslováquia. Se a equipe subir para a elite, por sua vez, serão 700 mil euros por temporada – valor baixo considerando a atual realidade do futebol mundial. 

“Os custos de vida e de futebol lá na Eslováquia são baixíssimos. A gente tem a condição de ter um time na primeira divisão a um custo bastante reduzido, gastando aproximadamente 1,5% da receita do Fluminense. Isso equivale a metade do salário anual de um jogador profissional de alto nível. É pouco, encerrou Marcelo Teixeira.

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