Especialista opina sobre eliminação de Medina em Tóquio: ‘Juízes inexperientes agiram por emoção’

Em entrevista ao Pânico, Luiz Pinga, mentor de Ítalo Ferreira, afirmou que Brasil vive melhor momento do surfe: ‘Surfistas são os melhores fisicamente e mentalmente’

  • Por Jovem Pan
  • 30/07/2021 15h26 - Atualizado em 30/07/2021 17h11
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Reprodução/Twitter/@timebrasil Gabriel Medina está nas quartas de final da Olimpíada de Tóquio Gabriel Medina perdeu a disputa pelo bronze nos Jogos de Tóquio 2020

Nesta sexta-feira, 30, o programa Pânico recebeu Luiz Pinga, olheiro de surfe responsável por revelar Ítalo Ferreira, que venceu neste final de semana a medalha de ouro nos Jogos de Tóquio 2020. Em entrevista, Luiz afirmou que a desclassificação de Gabriel Medina na competição não foi injusta, mas se deu por causa da inexperiência de parte do time julgador. “Não foi roubado. O surfe é um esporte subjetivo, a gente tem cinco juízes e um chefe do juiz, um juiz de cada lugar do mundo, não tinha só juízes japoneses nem só juízes americanos. Tinha um brasileiro, um australiano, um português, um americano e um holandês. Cada um vai ver aquilo ali de uma maneira. Eu não acredito em teoria da conspiração, isso não existe. O que eu vejo é que a gente tinha um quadro de juízes inexperientes. Apesar da gente ter três juízes muito bons lá, inclusive é do Brasil, de Santa Catarina. Eu acredito que houve uma inexperiência e os caras agiram com emoção ali na hora. na minha opinião, a manobra do Gabriel teve um grau de dificuldade maior. Quem assistiu lembra da ventania que estava lá, estava um vento surreal.”

Luiz Pinga revelou seus critérios de seleção de surfistas e como conheceu Ítalo Ferreira, em meados dos anos 2000, quando o atleta estava no início da adolescência e surfava com pranchas de isopor no litoral do Rio Grande do Norte. “Tenho minha maneira de trabalhar. Geralmente observo o menino durante um período, não interessa qual seja, pode ser um ano ou dois. O caso do Ítalo foi rápido, vi em um dia. Eu já falei ‘opa, aquele menino é diferente’. Eu estava dentro de um evento e, em dois dias que vi o Ítalo, já falei que queria conversar com a família dele. Olho muitos aspectos como, por exemplo, como ele fica dentro da água, quantas ondas ele pega, como eles pisam e sobem na prancha, como eles surfam a onda, qual é a leitura da onda e a família. Qual é a expectativa da família em relação ao menino? Independente da estrutura financeira, a gente tem que lembrar que são crianças. A gente tem que entender, não apenas no surf, como lidar com essas crianças, que perdem parte da adolescência para se dedicar ao esporte.”

Luiz disse que, embora o Brasil tenha hoje três dos melhores atletas do surfe, o patrocínio para o esporte ainda é escasso. “É muito legal ver tudo isso que está acontecendo hoje, o domínio desses garotos no circuito mundial. Primeira vez nas Olimpíadas, títulos mundiais nos últimos anos. A gente trilhou um caminho e chegamos até aqui por esforço próprio da indústria do surf. A gente tá vivendo o melhor momento do surf como esporte, mas a gente não está vivendo o melhor momento do surfe como patrocínio. É claro que a gente tem alguns atletas como o próprio Gabriel, o próprio Ítalo, o próprio Felipe Toledo e mais uns dois, três que tem uma estrutura de patrocínio excelente porque eles estão colocados entre os trinta melhores do mundo hoje. Pela primeira vez na história, é o único esporte em que o Brasil tem os três melhores consecutivamente no ranking mundial. O nível de preparação dos surfistas brasileiros hoje é o melhor, fisicamente e mentalmente.”

Confira a íntegra do programa:

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