Fla decepciona torcida no Maracanã, perde para o León e cai na Libertadores

  • Por Agencia EFE
  • 09/04/2014 22h04

Flamengo perde por 2 a 1 do Leon e é eliminado da Libertadores

EFE Flamengo perde para o Leon na Libertadores

Chamar de vexame seria uma injustiça com a vontade apresentada pelo Flamengo, mas a garra dentro de campo e o empurrão de quase 60 mil torcedores nas arquibancadas não foi suficiente para superar o León, que venceu por 3 a 2 no Rio de Janeiro e provocou o primeiro “Maracanazo” após a reforma do estádio.

A equipe mexicana, campeã do Torneio Inicial no segundo semestre de 2013, esteve em vantagem no placar por duas vezes, com gols de Alizaga e Boselli. André Santos e Alecsandro obtiveram a igualdade nas duas, o que, no entanto, não foi suficiente para evitar mais uma eliminação precoce no torneio continental. Nos instantes finais, Peña deixou o dele e fechou o caixão.

O líder da chave foi o Bolívar, que contou com gols de William Ferreira e Callejón para vencer o lanterna Emelec por 2 a 1 em La Paz e chegar aos 11 pontos. Escalada, ex-Botafogo, descontou. O León terminou com dez, três a mais que o campeão da Copa do Brasil do ano passado.

Essa foi apenas mais uma de uma série de eliminações precoces do Flamengo na Libertadores, que começou em 2002, quando a equipe voltava à competição após nove anos. A equipe foi lanterna em chave que tinha Olimpia, Universidad Católica e Once Caldas, vencendo apenas uma das seis partidas que disputou.

Depois disso, em 2007 e 2008 vieram duas quedas nas oitavas de final. Primeiro, diante do Defensor, com direito a derrota por 3 a 0 fora de casa, e uma insuficiente vitória por 2 a 0 no Maracanã, apagando uma campanha que era a segunda melhor da competição.

No ano seguinte foi a vez de Salvador Cabañas entrar para a história como um dos maiores carrascos do Flamengo. Jogando pelo América, do México, o jogador ajudou a reverter revés de 4 a 2 sofrido em casa, com vitória por 3 a 0 no Rio, marcando duas vezes.

Em 2010, o time avançou até as quartas, mas começou a cair perdendo para a Universidad do Chile por 3 a 2, no Maracanã. Na volta, a vitória por 2 a 1 não foi suficiente para recuperar o prejuízo.

Na última participação, em 2012, outra queda na fase de grupos, com requintes de crueldade, já que o time chegou a estar classificado por alguns minutos após a vitória sobre o Lanús por 3 a 0, mas caiu com o gol do próprio Emelec, nos acréscimos, sobre o Olimpia, selando a vitória por 3 a 2.

Na noite desta quarta, o técnico Jayme de Almeida teve apenas um desfalque, o atacante Hernane, que se machucou ainda nas semifinais do Campeonato Carioca, contra a Cabofriense. Para piorar, o meia Elano, que voltava de lesão nesta quarta, sentiu logo aos 12 minutos do primeiro tempo e teve que ser substituído por Gabriel. Já o León teve equipe completa.

Logo aos cinco minutos do primeiro tempo, o Fla deu o primeiro susto no time visitante. Alecsandro recebeu na entrada da área, bateu de biquinho, no melhor estilo Romário, e tirou tinta da trave esquerda.

O campeão da Copa do Brasil atacava mais, mas mostrava desorganização e errava muito. Aos 14, Paulinho fez ótima jogada pela direita, deixou três marcadores na saudade e rolou para André Santos, que demorou a arrematar e parou na marcação. Pouco depois, aos 17, Léo Moura fez o chuveirinho e Wallace cabeceou para fora.

O León não incomodava, mas logo em uma de suas primeiras boas chegadas abriu o placar. Alecsandro cometeu falta na ponta esquerda, e após a cobrança Arizala ganhou de André Santos por cima, cabeceou e superou Felipe, que saiu mal, aos 21 minutos.

O gol deixou o Flamengo nervoso e ainda mais desorganizado, mas mesmo assim o empate poderia ter acontecido dois minutos depois, em jogada individual de Paulinho. O atacante avançou pelo meio e bateu rasteiro, à direita do alvo. O time visitante poderia ter aumentado a vantagem aos 28, mas Felipe fez boa defesa em chute por baixo de Boselli, que pegou mal.

Saindo do sufoco, dois minutos depois a equipe carioca conseguiu a igualdade, com André Santos, que já vinha ouvindo vaias. Léo Moura cobrou falta que ele mesmo sofreu na ponta direita e o lateral-esquerdo empatou de cabeça.

Mas a alegria da “nação” durou um minuto, tempo suficiente para o campeão mexicano voltar a ficar na frente no placar. A mina de ouro eram as jogadas pelo alto. Hernández cruzou da esquerda, Boselli subiu mais que a marcação e cabeceou para o chão. A bola ainda tocou o travessão antes de entrar.

Jogando bem e fazendo com que a torcida não sinta saudade de Hernane, Alecsandro deixou tudo igual novamente aos 34. Everton fez a jogada individual pela esquerda e lançou para a área. O camisa 19 se antecipou, desviou de pé direito e ainda contou com desvio para superar Yarbrough.

Nos instantes finais antes do intervalo, o Fla foi melhor, mas o máximo que conseguiu foi mais um chute de longa distância, agora com Everton, que chutou perto da trave direita, aos 44 minutos.

O Fla começou a segunda etapa melhor, e teve pelo menos três oportunidades em dez minutos, em duas cabeçadas de Everton, aos três e aos dez, e um chute de Paulinho, aos sete, mas em todas elas a bola foi para fora.

Mostrando-se vivo no jogo, o time mexicano fez Felipe trabalhar aos 13 minutos. Montes arriscou de longe, o goleiro bateu roupa e deu o rebote para Boselli, que tentou de cabeça. Na segunda, o goleiro se recuperou e pegou firme.

O León então passou a conseguir segurar a bola no campo de ataque e ainda fazer suas graças, como aos 23. Depois do levantamento da direita, Elías Hernández pegou a sobra, dominou e soltou a bomba. Felipe voou no canto e defendeu.

A essa altura, o que se esperava era um sufoco do Flamengo, o que acabou não acontecendo. Ao contrário, as melhores jogadas de ataque eram do León, que assustou mais uma vez aos 33. Depois de boa troca de passes, Peña ficou livre, mas bateu mal.

Cinco minutos depois, porém, veio o gol que confirmou a eliminação. Em um bom contra-ataque dos visitantes, que ainda contaram com erros da defesa rubro-negra, Elías Hernández chutou cruzado e Peña completou.

O que se viu a partir de então foi um time abatido e uma torcida que deixou de apoiar para criticar a equipe aos gritos de “time sem vergonha”. O último suspiro foi dado aos 46, quando Alecsandro se esticou todo para completar cruzamento de pé direito, mas errou o alvo.

 

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