Ex-Corinthians apela à mímica e já “voa” na Rússia: “acham que sou gato”
Os 19 anos de Léo Jabá têm provocado incredulidade nos vestiários euro-asiáticos. Contratado por 2 milhões de euros, em julho, pelo desconhecido Akhmat Grozny, da Rússia, o jovem atacante revelado no Corinthians já é titular e um dos principais nomes do time situado na Chechênia, uma república separatista localizada no sul do país-sede da próxima Copa. O período de adaptação ao futebol europeu praticamente inexistiu, o que faz com que Jabá tenha a idade questionada pelos novos companheiros de equipe.
“Dificilmente você já chega jogando, e eu consegui. A força e a velocidade são o meu ponto forte, e esse foi um dos motivos de eu ter ganhado a titularidade tão rápido”, afirmou o jovem atacante, em entrevista exclusiva a André Ranieri que vai ao ar no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan. “O pessoal até acha que eu sou gato, que eu não tenho 19 anos. É muito engraçado”.
Essa sensação foi alimentada por uma marca histórica. Em 23 de julho, durante um jogo contra o Rostov, pela segunda rodada do Campeonato Russo, Léo Jabá atingiu a velocidade de 35,17 km/h em uma arrancada e se tornou o terceiro jogador mais rápido do mundo. Apenas Gareth Bale, do Real Madrid, e Jürgen Damm, do Pachuca, registraram marcas superiores à do ex-corintiano: o galês anotou 36,9 km/h, e o mexicano, 35,23 km/h.
Mas o brasileiro não tem “voado” apenas por causa da velocidade. Em 11 jogos na Rússia, Jabá já soma dez atuações como titular e dois gols. Com menos obrigações defensivas, ele atua mais centralizado que nos tempos de Corinthians e tem total liberdade para flutuar pelo setor ofensivo do atual quinto colocado do Campeonato Russo. Tem dado certo.
“Aqui, a maioria dos times joga com uma linha de três na defesa, os laterais como pontas e os pontas como meias. Isso quase não acontece no Brasil. No Corinthians, eu jogava aberto, marcando bastante. Aqui, eu jogo mais centralizado e com mais liberdade no ataque. Tem jogo que eu caio mais pela esquerda e tem jogo que eu vou para a direita. Estou gostando bastante”, celebrou.
As facilidades no campo, no entanto, não têm se refletido fora dele. Jabá viajou sozinho, sem os pais, e ainda sofre para se comunicar com os companheiros de time – com exceção, é claro, de Rodolfo, Philipe Sampaio, Ravanelli e Ismael, os outros quatro brasileiros do Akhmat Grozny. A solução tem sido apelar para a mímica.
“As dificuldades estão sendo mais com relação à língua. Como o time está em um país independente, dentro da Rússia, eles não falam só uma língua. Alguns falam russo e outros falam checheno. Isso dificulta muito. Se eles falassem só russo, a gente poderia tentar aprender mais rápido. Mas está sendo uma boa experiência. Dentro de campo, a gente dá um jeito. Nem que seja na mímica”, brincou.
Léo Jabá também relembrou a emocionante despedida do Corinthians e falou sobre os preparativos da Rússia para a próxima Copa do Mundo. O bate-papo vai ao ar, na íntegra, no próximo fim de semana, na Rádio Jovem Pan. Fique ligado!
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