Dupla nacionalidade: Conheça os sete brasileiros que jogarão a Eurocopa
Tradicional torneio do Velho Continente terá, ao todo, 93 atletas com mais de um passaporte; sotaque do Brasil marca presença nas seleções de Portugal, Espanha, Itália, Rússia e Ucrânia
A Eurocopa começa nesta sexta-feira, 11, em uma das edições com mais jogadores naturalizados nas seleções participantes. Por ser um continente com muitos imigrantes, a Europa tem o costume de ver em seus gramados estrelas oriundas de diversos países, e muitos delas estarão em ação no torneio continental. Dos 624 jogadores espalhados pelas 24 seleções, 93 possuem passaporte com mais de uma nacionalidade. A maioria é de origem africana, mas também há asiáticos e atletas provenientes das Américas — e é aí que os brasileiros entram em ação. Na edição de 2021, serão sete jogadores nascidos no Brasil ou com nacionalidade brasileira tentando buscar o título europeu. Alguns já são velhos conhecidos do grande público, outros disputarão a primeira competição com a camisa de outro país. Estão preparados para conhecê-los? Confira abaixo a lista:
Pepe – Portugal
Képler Laveran de Lima Ferreira, mais conhecido como Pepe, é uma das figuras mais conhecidas pelos brasileiros no futebol mundial. Nascido em Maceió, Alagoas, o zagueiro se mudou para o país luso aos 17 anos para tentar melhores oportunidades no esporte. Em 2001, foi contratado pelo Marítimo B, se destacou no time principal na temporada 2004/05 e se transferiu para o Porto. Ficou mundialmente conhecido por sua trajetória no Real Madrid e, em 2007, obteve sua cidadania portuguesa, fazendo o primeiro jogo na seleção em novembro daquele ano. Desde então, é uma referência com a camisa de Portugal. Foi campeão da última Eurocopa.
Thiago Alcântara – Espanha
Filho de Mazinho, que fez parte da campanha do tetra mundial da seleção brasileira, Thiago nasceu na Itália e passou boa parte de sua infância na Espanha, conseguindo, assim, três nacionalidades: italiana, espanhola e brasileira (por causa de seus pais). O meio-campista trilhou os mesmos passos do pai, mas preferiu defender a seleção da Espanha, diferentemente do irmão Rafinha, que optou pela Amarelinha e já foi convocado algumas vezes. Dentro dos campos, iniciou no Barcelona B, em 2008, e no ano seguinte já apareceu no time titular. Chamou atenção por lá e, em 2013, foi contratado pelo Bayern de Munique. Após sete anos e muitos títulos na Alemanha, fechou com o Liverpool em 2020.
Mário Fernandes – Rússia
A Copa do Mundo na Rússia, em 2018, alçou Mário Fernandes ao reconhecimento no Brasil. Natural de São Caetano do Sul, em São Paulo, o lateral-direito teve vida curta no país, onde atuou profissionalmente apenas pelo Grêmio, entre 2009 e 2012. Deixou Porto Alegre quando foi contratado pelo CSKA Moscou, clube em que está até hoje. Ele chegou a defender as categorias de base do Brasil entre 2011 e 2014, mas, com o sonho de disputar um Mundial, deu entrada na cidadania russa em 2016 e, no ano seguinte, começou a vestir a camisa da seleção euroasiática. Mário chegou a recusar a seleção brasileira, em 2011, após ter sido convocado por Mano Menezes.
Marlos – Ucrânia
Cria das categorias de base do Coritiba, Marlos se tornou profissional em 2006 e fez parte do time que foi campeão da Série B do Brasileiro no mesmo ano. Depois de boas atuações, foi contratado pelo São Paulo em 2009, mas só se tornou titular em 2011. No ano seguinte, se transferiu para o Metalist Kharkiv, na Ucrânia, onde ficou até 2014, quando foi contratado pelo Shkahtar Donetsk, clube em que foi multicampeão e está até hoje. Com uma carreira consolidada no país, Marlos conseguiu seu passaporte ucraniano em 2017. Um dia depois, foi convocado para a seleção.
Rafael Tolói, Jorginho e Emerson Palmieri – Itália
A Itália é o país com mais brasileiros naturalizados: três no total. Rafael Tolói, conhecido por sua passagem pelo São Paulo, disputa o primeiro torneio com a camisa da Azurra. Em março ele fez o primeiro jogo na seleção italiana pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Natural do Mato Grosso, Tolói iniciou sua carreia em 2009, no Goiás, e em 2012 se transferiu para o Tricolor, de onde saiu em 2014, por empréstimo, para jogar na Roma. Desde 2015, defende a Atalanta, é capitão e fez parte da equipe que fez história ao levar o clube até as oitavas da Liga dos Campeões. Apesar de ter defendido a seleção brasileira na base, o zagueiro decidiu se naturalizar italiano.
Campeão da Champions League 2020/21 com o Chelsea, Jorginho defende a Azzurra desde 2016. Nascido em Imbituba, Santa Catarina, o volante nem chegou a atuar no Brasil como jogador. Ele se mudou para a Itália em 2007 e iniciou sua carreira nas categorias de base do Verona três anos depois. No ano seguinte, foi emprestado ao Sambonifacese, mas retornou ao time principal do Verona em 2012 e, em 2014, fechou contrato com o Napoli. Depois de três temporadas, o catarinense se transferiu para o Chelsea, onde é uma referência no meio de campo. Há cinco anos Jorginho aparece nas convocações da Itália.
Menino da Vila, Emerson Palmieri teve uma passagem discreta no Santos. Atuando mais no time sub-20, o lateral-esquerdo ganhou espaço em 2013, no time comandado por Muricy Ramalho, quando o chileno Mena começou a ser convocado para a seleção de seu país. No ano seguinte, foi emprestado para o Palermo, depois para a Roma, para onde se transferiu em definitivo em 2016. Ficou até 2018, quando se mudou para o Chelsea, ao lado de Jorginho. Nesse mesmo ano, foi convocado pela primeira vez para a seleção da Itália, mesmo já tendo defendido o Brasil nas categorias de base.
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