Globo avisa Conmebol que quer rescindir contrato de transmissão da Libertadores

Em carta enviada para a entidade, a emissora alega o ‘cenário extremamente desafiador provocado pela crise econômica e potencializado pela pandemia de coronavírus’

  • Por Jovem Pan
  • 07/08/2020 08h11 - Atualizado em 07/08/2020 08h15
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RÔMULO MAGALHÃES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Luiz Adriano durante partida do Palmeiras na Libertadores

A Rede Globo comunicou à Conmebol que quer rescindir o contrato de transmissão da Copa Libertadores. Em carta enviada para a entidade, a emissora alega o “cenário extremamente desafiador provocado pela crise econômica e potencializado pela pandemia de coronavírus“. Além disso, a Globo lembra a “desvalorização cambial” porque o contrato foi firmado em dólar “Diante do cenário extremamente desafiador provocado pela crise econômica e potencializado pela pandemia de COVID-19, a Globo vem fazendo uma revisão completa de seu portfólio de direitos. Nesse contexto, e tendo em vista a suspensão daquela competição por vários meses, a empresa tentou renegociar com a Conmebol o contrato da Libertadores, válido até 2022, mas infelizmente não houve acordo. Assim, não restou alternativa à Globo a não ser rescindir o contrato”, afirmou a emissora em uma nota oficial.

A Globo tentou renegociar o contrato de transmissão, que é válido até 2022, mas não chegou a um acordo com a Conmebol. O valor pago pela emissora é de US$ 65 milhões (R$ 347,3 milhões na cotação atual) por ano para poder transmitir as partidas em sua TV aberta, a própria Globo, e em seu canal fechado, o SporTV. “Grandes players mundiais têm sido obrigados a renegociar seus acordos sobre eventos esportivos em razão da crise econômica provocada pela COVID-19, que, no Brasil, ainda é acentuada pela desvalorização cambial, que multiplica o valor dos contratos em dólar. Como principal competição de clubes das Américas, a Libertadores continua sendo importante para a Globo. No entanto, para que sua transmissão seja viável e satisfatória para todas as partes envolvidas, ela precisa se adequar à nova realidade mundial dos direitos esportivos e à situação econômica vivida pelo país” prosseguiu a emissora.

O contrato entre as partes foi firmado quando o dólar estava a menos de R$ 4. Agora, a moeda americana vale R$ 5,33, provocando um aumento de quase R$ 100 milhões por ano de vínculo. “Por fim, é importante esclarecer que havia no contrato cláusula específica de rescisão em caso de suspensão da competição por períodos prolongados, por motivo de força maior”, completou.

*Com Estadão Conteúdo

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