Show de Raí, viagem ao Japão e situações opostas: relembre a última final entre São Paulo e Palmeiras

Há 29 anos, na primeira decisão do Paulista entre os dois times, quem estava acostumado a empilhar troféus, no auge da era Telê Santana, era o Tricolor; Verdão amargava jejum de 16 anos sem taça

  • Por Jovem Pan
  • 20/05/2021 10h00 - Atualizado em 20/05/2021 17h56
Reprodução/Twitter/@SãoPauloFC O São Paulo venceu o Palmeiras na final do Paulistão de 1992 O São Paulo venceu o Palmeiras na final do Paulistão de 1992

Palmeiras e São Paulo começam a decidir o Campeonato Paulista 2021 a partir das 22 horas (de Brasília) desta quinta-feira, 20, no Allianz Parque  — a partida de volta está marcada para domingo, 23, no Morumbi. O Alviverde, campeão da tríplice coroa na temporada passada e em grande fase, vive a expectativa de conquistar o bicampeonato. O Tricolor, por sua vez, tenta sair de uma longa fila de 15 edições sem vencer o Paulistão, além de oito anos sem levantar qualquer taça. Há 29 anos, porém, a situação era completamente inversa. Na primeira e, até o momento, única final do Estadual entre os rivais, os são-paulinos é quem estavam acostumados a empilhar troféus, no auge da era Telê Santana, o melhor treinador da história do clube. Já o Verdão não erguia uma taça havia 16 anos, o pior jejum desde sua fundação (que só terminou no Paulistão seguinte, contra o Corinthians). Um fator em comum, no entanto, une as equipes atuais com as de 1992: os craques em campo.

Se Palmeiras e São Paulo vão pisar no gramado com craques de seleção, como Weverton, Gustavo Gómez, Matías Viña, Daniel Alves e Robert Arboleda, além de bons nomes como Martín Benítez, Luiz Adriano, Rony, Gabriel Menino, Luciano e Liziero, há 29 anos os times paulistas também disputaram uma decisão com grandes estrelas. O Verdão, no início da “era Parmalat”, período em que o clube contou com a injeção de dinheiro da companhia italiana de alimentos, tinha um time de respeito, com Mazinho, César Sampaio, Zinho, Evair e outras grandes figuras. O Tricolor, que havia faturado o Brasileiro do ano anterior e era o atual campeão paulista e da Libertadores, não ficava atrás, contando com Zetti, Cafu, Toninho Cerezo, Müller, Palhinha e, claro, Raí (relembre as formações completas na ficha técnica abaixo). Com exceção de Evair e Palhinha, todos disputaram ao menos uma Copa do Mundo com a seleção brasileira.

Apesar do formato de disputa do Paulistão ser diferente, o campeonato de 1992 também foi resolvido em duas finais  — na ocasião, ambas aconteceram no Morumbi. O primeiro jogo, realizado em 5 de dezembro daquele ano, começou emocionante, com Cafu abrindo o placar para o São Paulo, nos minutos iniciais, e Daniel Frasson empatando aos 24 minutos do primeiro tempo. O equilíbrio, no entanto, acabou quando Raí decidiu dar um show. O meio-campista, camisa 10 do Tricolor, foi às redes em três oportunidades, decretando uma vitória por 4 a 2  — Zinho anotou o segundo do Verdão — e encaminhando o título para equipe são-paulina. O confronto derradeiro foi disputado apenas 15 dias depois. Isso porque, entre um clássico e outro, o time de Telê Santana teve um compromisso importante: viajar até Tóquio, no Japão, para encarar o Barcelona, campeão europeu daquele ano, no Mundial de Clubes. Com mais dois gols de Raí, os brasileiros bateram os catalães de virada e colocaram mais uma estrela em seu uniforme.

De volta ao solo brasileiro, o São Paulo não deu a menor chance ao rival e abriu 2 a 0 com Müller, no primeiro tempo, e Toninho Cerezo, já na segunda etapa. Nos acréscimos, Zinho diminuiu a diferença, mas não conseguiu estragar a festa da torcida são-paulina, maioria entre as 110 mil pessoas presentes no Morumbi. Os tricolores viriam a comemorar outras conquistas no ano seguinte, como a nova dobradinha de Libertadores e Mundial, além da Recopa Sul-Americana e a Supercopa dos Campeões da Libertadores. Agora, os torcedores do time do Morumbi esperam voltar a gritar “é campeão” diante do Palmeiras. Os palestrinos, por sua vez, tentam dar o troco 29 anos depois e deixar o arquirrival mais um tempo na fila.

Palmeiras 2 x 4 São Paulo – 5 de dezembro de 1992

Palmeiras: César, Mazinho, Toninho, Edinho Baiano e Dida; César Sampaio, Daniel Frasson, Carlinhos (Maurílio) e Zinho; Evair e Cuca. Técnico: Otacílio Gonçalves.

São Paulo: Zetti, Vítor (Válber), Adilson, Ronaldão e Ronaldo Luís; Pintado, Toninho Cerezo (Dinho) e Raí; Cafu, Müller e Palhinha. Técnico: Telê Santana.

Gols
São Paulo: 
Cafu e Raí (3)
Palmeiras: Daniel Frasson e Zinho

São Paulo 2 x 1 Palmeiras – 20 de dezembro de 1992

São Paulo: Zetti, Vítor (Válber), Adilson, Ronaldão e Ronaldo Luís; Pintado, Toninho Cerezo (Dinho), Cafu e Raí; Palhinha e Müller. Técnico: Telê Santana.

Palmeiras: César, Mazinho, Toninho, Edinho Baiano e Dida; César Sampaio, Daniel Frasson (Maurílio), Cuca (Carlinhos) e Jean Carlo; Evair e Zinho. Técnico: Otacílio Gonçalves.

Gols
São Paulo: 
Müller e Toninho Cerezo
Palmeiras: Zinho

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