Cara de 2020 com corpinho de 1993: Palmeiras aposta em Luxemburgo para apagar ano sem título

  • Por João Vitor Rocha
  • 28/12/2019 07h00
RICHARD CALLIS/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Cebolinha foi carrasco do Palmeiras na Libertadores

Campeão Brasileiro, manutenção do elenco e foco em voos mais altos. Foi assim que começou a temporada de 2019 do Palmeiras. Nada de “Paulistinha” — o objetivo era, no mínimo, a América. No fim, não veio nem um, nem outro.

O Verdão viu o Corinthians do carrasco Fábio Carille vencer o primeiro clássico do ano, no Allianz Parque, mesmo com o time remendado e no início de trabalho. Mas nada que abalasse o até então considerado melhor elenco do Brasil. 

A equipe terminou a primeira fase do Paulista com apenas essa derrota no currículo. Nas quartas, atropelou o Novorizontino, antes de encarar o clássico contra o São Paulo na semifinal. Depois de dois empates por 0 a 0, veio mais uma frustração em casa: o time de Felipão foi eliminado nos pênaltis pelo Tricolor, em pleno Allianz. 

Atual campeão mostrou para o que veio

Depois da frustração no Paulista, o atual campeão do Brasil “chegou chegando” e venceu oito das nove rodadas do Brasileirão antes da pausa para a Copa América. O único empate foi contra o CSA. O Verdão abriu cinco pontos de vantagem para o Santos, vice-líder, e oito para o Flamengo, terceiro colocado à época. 

Porém, depois da chegada de Jorge Jesus ao Fla durante a pausa, nada mais seria como antes na Academia de Futebol. Nos primeiros dez jogos após a Copa América, o Verdão amargou sua primeira derrota no Brasileiro, para o Ceará, por 2 a 0, perdeu a liderança da competição, foi eliminado pelo Inter já nas oitavas de final da Copa do Brasil e pelo Grêmio nas quartas da Libertadores. 

Início do fim

Gaúcho e rei dos mata-matas, Felipão não aguentou a alma copeira dos conterrâneos Internacional e Grêmio. Primeiro foi o Colorado. Depois de vencer em casa e ser derrotado no Sul por 1 a 0, a decisão da vaga foi para os pênaltis. Coube a Moisés errar a penalidade máxima que eliminaria o Verdão. E foi ali seu fim com a camisa alviverde; em seguida, o meia se transferiu para o futebol chinês.

Pouco mais de um mês depois, foi a vez do Grêmio dar a segunda apunhalada em Felipão. Depois de um empate por 1 a 1 na Arena Grêmio, o Imortal venceu o Palmeiras em pleno Pacaembu por 2 a 1, com uma atuação de gala de Everton Cebolinha, e praticamente decretou a demissão de Felipão. 

GRÊMIO X PALMEIRAS

Felipe Melo foi expulso no confronto da Libertadores

O adeus oficial veio quatro dias depois, após a derrota fulminante para o Flamengo por 3 a 0, nno Maracanã. Estava decretado mais um fim da “Era Felipão” no Palmeiras.

Mano é a solução?

Vendo o sucesso de Jorge Jesus no Flamengo, o torcedor palmeirense desejava uma mudança de rumo. Porém, a direção do Palmeiras preferiu apostar no “mais do mesmo” e contratou Mano Menezes para substituir Felipão, apesar de toda contrariedade da torcida.

Mano não chegou — nem de longe — como uma unanimidade com os palmeirenses. Seu passado no Corinthians e o futebol mais conservador eram os dois principais pontos que jogavam contra seu trabalho. 

Foram 20 jogos sob o comando do treinador: 11 vitórias, cinco empates e quatro derrotas. O futebol apresentado pela equipe era muito longe do desejado pela torcida. Com o sarrafo alto imposto por Jorge Jesus, os palmeirenses queriam mais. E quis o destino que o último jogo de Mano no comando do Palmeiras fosse justamente contra o Flamengo. Derrota em casa por 3 a 1. 

Mudanças profundas

Não foi só Mano Menezes quem deixou o Palmeiras. Depois de cinco anos, Alexandre Mattos foi junto. Maurício Galiotte prometeu mudanças profundas no elenco e no comando de futebol do clube.

Alexandre Mattos não é mais diretor de futebol do Palmeiras

2020 com resquícios dos anos 90

Depois de tomar uma canseira e um “não” de Jorge Sampaoli, o Palmeiras agiu rápido e contratou Vanderlei Luxemburgo. O icônico treinador vai para sua quinta passagem na Academia de Futebol e será o responsável por comandar a renovação prometida por Galiotte no momento da demissão de Mano Menezes.

Os meninos da base serão a principal novidade do Verdão para a próxima temporada. Pelo menos essa é a expectativa do torcedor. Gabriel Veron, Gabriel Menino, Patrick de Paula, Esteves e Angulo irão fazer parte em definitivo do elenco principal. Vinicius Silvestre, Pedrão e Artur voltam de empréstimo e também serão incorporados à equipe.

O único nome especulado até o momento no mercado de transferências é Michael. O Verdão tem a concorrência do Corinthians para tentar fechar com a revelação do Campeonato Brasileiro do ano passado.

A renovação ainda está em curso. Já saíram Thiago Santos, Antonio Carlos, Henrique Dourado, Edu Dracena e Fernando Prass. Borja é outro que está com os dias contados na Barra Funda. O colombiano negocia com o Olimpia e Junior Barranquilla. Deyverson, outro centroavante contestado pela torcida, também tem chances de ir embora se pintar alguma proposta. Raphael Veiga tem proposta do Grêmio, mas a negociação ainda não caminhou. Já o Internacional está de olho em Víctor Luis, lateral-esquerdo.

Um possível Palmeiras para 2020 é: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Victor Hugo e Diogo Barbosa; Matheus Fernandes, Bruno Henrique e Gustavo Scarpa; Dudu, Gabriel Veron e Luiz Adriano.

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