Renato Gaúcho discorda de Lisca sobre futebol durante a pandemia: ‘É o local mais seguro’

Treinador do Grêmio lamentou o fato do Brasil estar no pior momento da pandemia, mas declarou que o ‘país não pode parar’

  • Por Jovem Pan
  • 04/03/2021 11h05
RICARDO RIMOLI/UAI FOTO/ESTADÃO CONTEÚDO Renato Gaúcho reclamando durante partida entre Grêmio e Brasil de Pelotas Renato Gaúcho reclamando durante partida entre Grêmio e Brasil de Pelotas

O treinador Lisca, do América-MG, desabafou na noite da última quarta-feira, 3, ao pedir para que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) interrompa a Copa do Brasil diante do agravamento da pandemia da Covid-19 no país – ontem, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), registrou 1.910 mortes pela doença em apenas 24 horas, número recorde até o momento . Questionado sobre o tema, Renato Gaúcho, comandante do Grêmio, até lamentou o crítico momento, mas discordou de seu companheiro de profissão e classificou o futebol como o ambiente “mais seguro”.

“Eu adoro o Lisca e cada um tem sua opinião. Mas o futebol é o local mais seguro, não que seja 100%. Mas a gente está fazendo, entre aspas, um favor ao povo. Estamos trabalhando, mas no momento que a gente joga a gente ajuda o torcedor a ficar em casa. Não quer dizer que a gente está 100% garantido. Não pode parar tudo no país. Daqui a pouco a pessoa fica em casa, mas pode morrer de fome. É difícil, é difícil? Cada um tem uma opinião”, comentou Renato, em entrevista coletiva, após a vitória do Grêmio por 4 a 1 sobre Brasil de Pelotas, pelo Campeonato Gaúcho.

“É uma situação delicada, né? Muito delicada. Essa variante está em todo lugar. Por um lado, muita gente que trabalha e está com comércio fechado critica que o futebol está andando. Uma coisa é que o futebol prende as pessoas em casa, isso é um fato positivo. E quem trabalha no futebol é capacitado, pelo menos na maioria das vezes. O futebol, para quem não sabe, nos testa a cada três dias. Muitas vezes, a cada dois dias. No momento que alguém tem sintomas da Covid, é separado e mandado para casa. O departamento médico do Grêmio é muito bom e tem tido todo cuidado. Muitas pessoas podem falar que somos muitos, no mesmo lugar, mas todas essas pessoas estão negativadas. E não são só jogadores, mas todos os funcionários. Ninguém se aproxima do grupo de jogadores porque os seguranças não deixam. Justamente para alguém lá de fora não trazer para cá. É ruim, é ruim o que o mundo está passando”, completou.

O debate acontece em meio ao pior momento da pandemia no país. Além dos números assustadores, o Brasil também está vivendo um colapso no sistema de saúde, tanto público ou privado. No Rio Grande do Sul, segundo dados do governo, a ocupação dos leitos de UTI já está em sua capacidade máxima.

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