Rival de Modesto quer 50% dos jogos no Pacaembu; conheça propostas

  • Por Jovem Pan
  • 03/10/2017 08h00
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Reprodução José Carlos Peres, Santos Empresário José Carlos Peres, 69, é o principal candidato da oposição às eleições presidenciais do Santos, em dezembro

Se eleito, o principal candidato da oposição fará com que o Santos mande pelo menos 50% dos seus jogos no Pacaembu a partir de 2018. Ousada, a proposta foi revelada pelo próprio José Carlos Peres, em entrevista exclusiva ao repórter Raphael Thebas, da Rádio Jovem Pan.

“A minha proposta parte de uma divisão de 50% dos jogos no Pacaembu e 50% na Vila Belmiro. À medida que o tempo passar, a gente vai flexibilizar essa divisão de acordo com a presença de público. Já dizia Milton Nascimento: ‘o artista vai aonde o público está'”.

José Carlos Peres tem 69 anos e é empresário. Figura importante da política santista, já foi gerente de marketing internacional do clube e perdeu para Modesto Roma Júnior no último pleito presidencial alvinegro, em 2014. Na ocasião, ele ficou na segunda posição e foi derrotado por apenas 2% dos votos válidos.

Além dele, o próprio Modesto e o também oposicionista Andrés Rueda já confirmaram candidatura às eleições de 9 de dezembro. O vencedor ficará na presidência do Santos por três anos, ou seja, até dezembro de 2020.

Nessa entrevista exclusiva à Jovem Pan, Peres revela o que pretende colocar em prática caso seja eleito. Além de defender que o Santos jogue mais vezes no Pacaembu, o oposicionista é contra a construção de uma arena na Baixada e tem um projeto para zerar as dívidas do clube. A criação de um Centro de Treinamento mais moderno para os times de base é outro plano.

Objetivo é “consertar o Santos”

“Eu vejo a próxima eleição como a oportunidade de consertamos o Santos, de colocarmos o clube na posição em que ele merece. Nós temos vários propostas. Os pilares são transparência e reputação. É importante que o Santos recupere credibilidade no mercado e tenha um Comitê Gestor forte e responsável”.

Foco nas categorias de base

“As nossas equipes de base não têm um Centro de Treinamento adequado, e nós vamos providenciar um CT moderno, à altura de todas as nossas revelações. A intenção é de que o Santos volte a ser uma fábrica de jogadores.”

Dívida zero

“Hoje, o Santos tem uma dívida de cerca de R$ 500 milhões, que nós temos de encarar e fazer um planejamento para zerá-la… Nem que, para isso, coloquemos uma ‘trava’… Por exemplo: se um gestor assumir o clube com R$ 300 milhões em dívidas e deixá-lo com R$ 320 milhões, ele será responsabilizado a pagar esse excedente de R$ 20 milhões. Essa é uma das nossas principais propostas.”

Aproximação com os sócios

“Os sócios do Santos, hoje, são muito maltratados. Não há hospitalidade alguma, seja nos jogos na Vila Belmiro, seja nos jogos no Pacaembu. O Santos é a terceira marca mais conhecida no mundo… Não podemos maltrata-la.”

Mais jogos no Pacaembu

“A nossa proposta parte de uma divisão de 50% dos jogos no Pacaembu e 50% na Vila Belmiro. À medida em que o tempo passar, a gente vai flexibilizar essa divisão de acordo com a presença de público. Já dizia Milton Nascimento: ‘o artista vai aonde o público está’. Portanto, não temos outra alternativa a não ser buscar receitas, e o Pacaembu é uma grande fonte de receitas para o Santos. Temos média de público de cerca de 20 mil pessoas no estádio, sem contar a maior exposição da marca e o aumento de torcida. São três fatores primordiais para o crescimento do clube. Mas não vamos esquecer a Vila Belmiro, porque lá é a nossa ‘Meca’.”

Sem arena em Santos

“Eu sou contra a construção de uma arena em Santos. É pensar muito pequeno… Hoje, a média de público em Santos é de 7 mil torcedores. Não dá para imaginar uma arena para 7 mil pessoas por jogo, porque senão vamos tomar prejuízo e criar um elefante branco. O que enxergamos pela frente é uma Vila Belmiro arrumadinha, para receber alguns jogos, e o Pacaembu como um parceiro importante. E, quando eu falo do Pacaembu, imagino o seguinte: nós temos de negociar com a Prefeitura de São Paulo e com um grande parceiro, mas não dá para falar disso agora. Primeiro, temos de criar essa oportunidade para, aí sim, viabilizar o que for apresentado. A princípio, nós vamos mandar 50% dos jogos na Vila e 50% no Pacaembu… Lá na frente, pensamos numa arena”.

Críticas à atual gestão

“O Santos perdeu muito dinheiro durante esse tempo… Esperou dois anos e meio para jogar no Pacaembu, por exemplo. O clube, hoje, está mergulhado em uma dividia gigantesca, e nada foi abatido. O Santos precisa pensar no futuro, e não será com essa gestão, que já teve a sua oportunidade, que vai melhorar. O clube precisa de mais transparência, modernização e de uma gestão mais avançada. No meu entender, isso está muito distante da atual gestão”.

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