Crespo fala em aproveitar trabalho de Diniz no São Paulo: ‘Merece respeito’

Em apresentação, treinador argentino afirmou que deseja recolocar o Tricolor no topo, respondeu sobre o posicionamento de Daniel Alves e valorizou o Paulistão

  • Por Jovem Pan
  • 17/02/2021 13h48 - Atualizado em 17/02/2021 15h30
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Reprodução/SPFCTV Hernán Crespo durante apresentação no São Paulo

Hernán Crespo foi apresentado oficialmente como novo treinador do São Paulo na tarde desta quarta-feira, 17. Em entrevista coletiva, o treinador admitiu que irá aproveitar o trabalho de seu antecessor Fernando Diniz, que foi demitido após uma sequência negativa de resultados no Campeonato Brasileiro. “Seguramente vamos aproveitar o trabalho feito pelo Fernando. Há um trabalho feito e merece muito respeito. Cada um tem sua forma de conduzir e ver o futebol. Acho que podemos acrescentar coisas ao trabalho, para dar um passo a mais numa construção feita há um anos. Muitas coisas estou de acordo e para outras vamos colocar algo novo”, declarou.

Em suas primeiras palavras como treinador do São Paulo, Crespo afirmou que tem como ideia de jogo a ofensividade, moldando o time como protagonista das partidas. “Mas tenho uma ideia de futebol que é de ser protagonista, jogar no gol adversário e o desejo é que a torcida do São Paulo possa se identificar. Isso é a minha maior satisfação, que dentro do campo a torcida se sinta identificada, infelizmente neste momento não poderá haver torcedores no estádio por motivos óbvios. Fundamental que todos estejamos unidos nesse grande desafio que é fazer o São Paulo voltar a estar ao lugar que merece”, comentou o técnico. “A tranquilidade é que vou respeitar o futebol que gosto, me apaixona, de ser protagonista e buscar o gol adversário. Para mim jogar bem é buscar o gol adversário e sofrer poucas chances. Isso requer tempo e paciência. Os dirigentes estão de acordo. Esperamos o mais rápido possível, seguramente vai haver momentos difíceis, mas sempre acreditando. Depois é futebol e as decisões precisam ser aceitas quaisquer que sejam”, completou.

Já questionado sobre os veteranos Daniel Alves, Hernanes e Juanfran, o técnico argentino preferiu despistar.  “Há gente que conheço bem, os três que falou Daniel Alves, Hernanes e Juanfran não precisam apresentação. Mas qualquer decisão não parece correta tomar hoje e fazer publicamente, por muito respeito ao time. Tem possibilidade de título, fase de grupos de Libertadores. Qualquer coisa que diga pode desequilibrar. São coisas que tem influência direta no futuro. Gosto de dar oportunidade. Posso ter ideia, mas não tomei decisão e tampouco me parece correto comunicar hoje. Antes, prefiro falar com jogadores e depois com a imprensa. Não tenho decisão, e se tivesse tomado não diria, por respeito ao momento do time. Me parece correto não falar disso agora”, respondeu.

Veja outros trechos da entrevista 

Reforços – “Primeiro, dizer que é um prazer estar aqui, muito orgulhoso de ser parte de um clube tão importante como São Paulo que tenha se interessado na nossa comissão técnica. Agradeço a confiança da diretoria pela oportunidade num clube tão grande. É um orgulho. Seguramente vamos tentar fazer o melhor. Darei o melhor. Não cabe nenhuma dúvida. Estamos falando com a diretoria. Temos um elenco muito talentoso. Isso requer tomar decisões com muita calma. Começar a falar de nomes não tem sentido. Tem a reta final do Brasileirão. Seguramente não serão muitos reforços.”

Última temporada – “Muitas vezes é preciso olhar para trás. O São Paulo é grande pela história. Há temporadas e temporadas. Não sou eu que vai avaliar o trabalho do último ano. Sim, está claro que o São Paulo estava em primeiro e foi eliminado em outras competições. Sim, nossa intenção é ter um rendimento constante alto, logicamente, mantendo o time competitivo. Vamos precisar do apoio de todos jogadores do elenco, porque há uma quantidade enorme de jogos. Isso requer um esforço geral. Vamos ser competitivos nos torneios, com uma linha, uma identidade e com paciência para construir algo que possa durar pelo tempo e dar satisfação. É o que posso garantir.”

Baixo poder de investimento do São Paulo – “Informação nova, me disseram que teria muito dinheiro, falaram que poderia comprar todos (risos). Não é isso, consertar o que tem, mas noa pode esquecer nunca que América do Sul é uma fabrica exportadora de talentos, é procurar, identificar e achar. Nos interessa muito crescer a nível individual, independentemente da idade, da base, se tem 17 anos ou 18 anos, como Daniel Alves também pode aprender e seguir crescendo. Não de arrogância, mas que na vida nunca se deixa de aprender. É disso se trata: colocamos a comissão para os jogadores, o time e o clube melhorem. Isso é fundamental, passar por um clube e deixar um valor com humano e esportivo, quando falo de todos, precisamos de todos. Todos podemos e queremos crescer. E colocar o São Paulo no lugar que merece, mas não é mágica, é um processo, com metodologias e ganas de ganhar.”

Testar jogadores no Paulistão –  “Muitas opções não há. A pandemia ensinou a nos adaptar e que não há situação ideal. Tempo e pré-temporada seriam ideais, mas a realidade não indica isso. Me parece que pensar em testar jogadores no Paulistão não é correto. Por respeito ao Paulistão e ao São Paulo. O São Paulo tem que jogar para competir, tentar ganhar os torneios. Não há magia. É necessário tempo, mas não tem que testar. Tem que confirmar, merecer estar no São Paulo. Cada um, e eu primeiro, merecer estar num lugar tao grande como São Paulo. Merecer e respeitar um campeonato com tanta tradição como é o Paulistão. Cada torneio tem um peso: Paulista, Brasileirão, Libertadores. Mas o São Paulo tem de pensar em ir o mais longe possível, ganhar os jogos, mas com uma ideia, uma identidade, que nos permite buscar coisas importantes. Testar não. Merecer.”

Escolha entre São Paulo, Santos e Chile – “É uma consequência. Como jogador e treinador, quando as coisas saem bem, tem resultados, e a forma como obtém os resultados, é normal ter situações de novos times, seleções. Mas digamos que quando se deu possibilidade de falar com a diretoria do São Paulo foi tudo muito fácil e simples. Tem a ver com o sentimento, do que vibra, do que se sente. A conexão rápida com as pessoas. Gostei, me arrepiou a pele, me deu energia e me encantei. Houve pouco tempo para decidir. Mas os documentos dizem que precisamos esperar mais. Mas a escolha foi muito simples.”

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