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Tensão entre torcedores do Fluminense e do Boca Juniors deixa autoridades do RJ em alerta

Pertences de torcedores do Boca Juniors roubados por organizados do Fluminense

O Rio de Janeiro se prepara para receber a final da Libertadores da América entre Fluminense e Boca Juniors. A partida acontece neste sábado, às 17h, no Maracanã. O jogo mais importante do futebol sul-americano gera tensão não só dentro de campo, mas fora dele. Após provocações de lado a lado, torcedores do clube argentino relataram pelas redes sociais que foram agredidos por organizados do Tricolor das Laranjeiras na praia de Copacabana. “Eles nos espancaram. Roubaram meu celular. Éramos 30 e eles vieram com espreguiçadeiras para a praia para quebrar nossas cabeças”, relatou Pablo Moulia em uma rede social. Ele publicou uma foto com a cabeça sangrando. De acordo com informações do Diário Olé, da Argentina, um grupo de torcedores do Boca Juniors foi agredido com cadeiras de praia por cerca de 20 pessoas com camisas do Fluminense. A equipe carioca busca um título inédito da competição. Por outro lado, o clube argentino pode se tornar o maior campeão do torneio continental, ao lado do Independiente, também da Argentina, com sete Libertadores.

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As vítimas alegam que tiveram pertences roubados, como celulares e cartões de sócio do clube. Ainda segundo o Olé, os “xeneizes” chegaram a pedir ajuda da Polícia Militar, mas não tiveram êxito. Uma foto divulgada pelas redes sociais mostra alguns pertences dos torcedores argentinos. A imagem seria de uma organizada do Fluminense. Além disso, as organizadas de ambos os clubes declararam guerra. Nas redes sociais, a Sobranada, uma torcida tricolor especializada em “pista” (como os organizados se referem aos embates com rivais, programados ou não), promete “soco na boca” de racista. “Se querem guerra, guerra vamos dar-lhes”, respondeu Rafa di Zeo, lendário chefe da La 12, a principal “barra” do Boca. À primeira vista, ele parece um simpático sexagenário que apenas torce para o seu time. Porém, o livro “La Doce – a Explosiva Historia da Torcida Organizada Mais Temida do Mundo” mostra que Di Zeo é uma das figuras maiis violentas do futebol sul-americano e já ficou quatro anos preso por porte ilegal de armas de fogo. Torcedores brasileiros que conhecem a história do barrabrava alertaram os tricolores que zombaram do argentino nas redes sociais: “Vocês não sabem com quem estão mexendo”.

A Prefeitura do Rio de Janeiro montou uma operação especial para o dia da decisão. Diversas vias serão interditadas no entorno do estádio e em bairros próximos. A prefeitura não recomenda a utilização de veículos particulares, e os torcedores devem priorizar o transporte público. Mais de 670 agentes municipais vão participar da operação especial especificamente na operação da final. Um monitoramento feito pelos órgãos competentes nas estradas federais (Polícia Rodoviária Federal e Agência Nacional de Transportes Terrestres) fornecerá com uma antecedência de 24 horas o número de veículos de torcedores argentinos que se deslocam em direção ao Rio. O público esperado no Maracanã é de 70 mil torcedores, mas o número de argentinos na cidade pode ultrapassar 100 mil. O COR será o centralizador das informações das equipes operacionais da prefeitura e vai monitorar o entorno do estádio e ruas próximas com 70 câmeras e um drone operado direto do Maracanã. Já a Secretaria de Ordem Pública (Seop) e a Guarda Municipal disponibilizarão um efetivo com mais de 350 agentes apenas no entorno do estádio.

As ações terão como foco o ordenamento urbano, a fiscalização ao comércio ambulante, a fluidez no trânsito e a fiscalização de estacionamento irregular nas imediações do estádio do Maracanã. A Seop ainda atuará com 12 reboques para remover os veículos estacionados ilegalmente. As equipes começarão as ações no início da manhã do dia 4 e seguirão até a dispersão das torcidas após a partida, “para garantir o ordenamento e segurança” das pessoas que vão ao estádio. A reportagem do site da Jovem Pan consultou o governo do Rio Janeiro e questionou sobre as denúncias relatadas pelos torcedores argentinos, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestação.

Confira provocações de torcedores de Boca e Fluminense

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