Uefa planeja limitar amistosos a partir de 2018 e CBF luta para barrar competição

  • Por Estadão Conteúdo
  • 04/09/2017 13h20
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Neymar celebra seu gol durante durante jogo amistoso contra a seleção da França em Paris, 26 de Março de 2015. Bruno Domingos/Mowa Press. Bruno Domingos/Mowa Press Seleção Brasileira quer confrontos com europeus, mas Liga das Nações pode ser problema

A Europa quer limitar o número de amistosos entre seleções e a CBF move uma ofensiva para tentar evitar que a Uefa coloque em prática a disputa da Liga das Nações, cuja realização foi anunciada no final de 2014. A primeira edição desta nova competição promovida pela entidade que controla o futebol europeu tem a sua fase inicial marcada para ocorrer entre setembro e novembro de 2018 e vai preencher muitas das datas do calendário internacional que anteriormente eram destinadas a amistosos.

O temor dos dirigentes brasileiros é o de que o Brasil não possa mais fazer partidas de preparação com seleções europeias e apenas consiga confrontar algumas das equipes mais poderosas do mundo durante uma Copa, em um risco que passará a afetar o time nacional a partir do ciclo que visa o Mundial de 2022, no Catar.

Anunciada após aprovação unânime das 54 federações filiadas à Uefa, a primeira edição da Liga das Nações está prevista para acabar em junho de 2019. E essa competição serve como uma resposta às críticas cada vez mais duras por parte de jogadores e de clubes de que amistosos estariam sendo organizados apenas com fins financeiros.

Entre setembro e novembro de 2018, 55 seleções serão distribuídas em 16 grupos e estes times serão divididos em quatro diferentes ligas (A, B, C e D) dentro da própria Liga das Nações, sendo que a D será composta pelas equipes nacionais com pior posição no ranking, enquanto os quatro ganhadores dos quatro grupos da liga A se qualificarão ao “Final Four”, nome dado pela Uefa a esta fase decisiva que será realizada em junho de 2019.

O regulamento desta nova competição também prevê que quatro seleções se classifiquem diretamente para a Eurocopa de 2020, o que ocorrerá por meio de um playoff agendado para acontecer em março do mesmo ano.

Na CBF, a ordem é a de tentar bloquear a realização desta Liga das Nações, já que na prática a proposta enterraria as pretensões de treinadores de testar suas forças contra equipes como Alemanha, Espanha, Itália ou Inglaterra.

Acima de tudo, porém, o problema seria de arrecadação. Uma eventual conquista da Copa de 2018 pelo Brasil aumentaria o cachê do grupo. Mas tal potencial teria sérias chances de ser minado se os espaços para amistosos fossem limitados.

Vendo que os países sul-americanos tinham reagido negativamente à realização desta Liga das Nações, a empresa que organiza o campeonato – a B4 Capital – se aproximou da Conmebol e da CBF para fazer uma proposta similar: um torneio de nações sul-americanas durante o mesmo período. O mesmo projeto foi oferecido para africanos e asiáticos.

Para equipes como Equador, Bolívia e Venezuela, a proposta tem certa atratividade. Ela garantiria uma renda extra para essas federações, algo que dificilmente ocorreria no restante do ano. Mas, para seleções como Brasil e Argentina, a ideia de mais um campeonato sul-americano não teria qualquer valor agregado e não permitiria vender ingressos e direitos de TV nos níveis que a CBF espera atingir.

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