Kelvin Hoefler diz que skatistas nunca precisaram das Olimpíadas: ‘Nem queria estar lá’

Em entrevista ao Pânico, o skatista falou da conquista da prata, discussão com Letícia Bufoni e amizade com Chorão, do Charlie Brown Jr.

  • Por Jovem Pan
  • 18/08/2021 16h09
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Foto: Dan Mullan/Getty Images Brasileiro após performance no skate Skatista venceu a medalha de prata na categoria street nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Nesta quarta-feira, 18, o programa Pânico recebeu o skatista Kelvin Hoefler, que venceu a medalha de prata no skate street, nos Jogos de Tóquio 2020. Em entrevista, ele disse acreditar que a estreia do skate nas Olimpíadas foi boa para o esporte e para a competição, no entanto, segundo o atleta, a modalidade nunca precisou estar lá. “A gente, skatista, dos esportes radicais, nunca precisou de Olimpíadas. A gente já tem o X Games, moto, bicicleta, skate. Foi bom pela visibilidade o skate estar nas Olimpíadas, precisava também de uma rejuvenescida, o que foi bom para ambas partes. Mas uma coisa é fato, a gente nunca precisou e nem queria estar lá.”

O skatista também esclareceu seu lado na discussão com Letícia Bufoni e a Confederação Brasileira de Skate. “Eu sou bem na minha, o pessoal que veio querer tretar porque não faço parte de um grupo. Eu fui pras Olimpíadas totalmente independente, não fui ficar de ideia, fui fazer meu trabalho e voltar. Eu tenho uma ideologia totalmente diferente do pessoal que estava competindo. Ela foi infeliz ali na hora, para que ela foi falar aquelas paradas? A gente ganhou a medalha não só pra mim, foi pro skate brasileiro. Ela foi querer se colocar numa posição, mas talvez nem foi ela que quis falar aquela parada, ela foi induzida a chegar e falar, mas infelizmente eu não curti, muita gente não curtiu. Quem perdeu foi o skate.”

Durante a infância no Guarujá, Kelvin morava em uma rua não pavimentada e treinava com seu skate na cozinha de casa. Ele conta que um de seus maiores apoiadores na jornada do esporte foi Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr., que é considerado como uma figura paterna para ele. “O Chorão foi o meu segundo pai, ele me ajudou demais quando eu ia pra Santos, tinha que pegar um ônibus e atravessar a balsa, pegar a barquinha e mais outro ônibus em Santos. Eu chegava lá e ele estava andando. Ele me chamava pra ir na pista, dizia que o pessoal queria me conhecer, andar de skate e se divertir. A essência do skate é essa, criar amizade e ser companheiro. Ele me chamava sempre e eu treinava na pista dele, o meu skate evoluiu. Eu estou onde estou hoje por causa do Chorão, ele me ajudou a abrir minha cabeça pelo skate, pelas amizades, todos que estavam ali juntos. Eu abri um leque mental muito grande. Eu agradeço ao Chorão porque ele mudou a minha vida.”

Confira na íntegra a entrevista com Kelvin Hoefler:

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