Maracanã recebe refugiados para lançamento do projeto Futebol das Nações

  • Por Agencia Brasil
  • 25/08/2015 17h51
Reprodução/Facebook Oficial Maracanã/Staff Images Refugiados discutiram diversos temas referentes a imigração durante o evento

Futebol das Nações, projeto que busca promover a integração dos refugiados no Brasil, foi lançado nesta terça-feira (25) no Rio de Janeiro. A cerimônia ocorreu no Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, e reuniu 20 refugiados de vários países. Durante o evento, foram discutidos temas relacionados à inserção desses imigrantes: preconceito, acesso ao mercado de trabalho, igualdade de gênero, violência contra as mulheres e ensino do idioma local.

O projeto é uma parceria do Maracanã com a Rede Cáritas, organização não governamental (ONG) que trabalha na proteção, integração e promoção social dos refugiados. Ela tem o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres.

Após o lançamento do projeto, os refugiados participaram de uma partida de futebol 3, praticado em três etapas: na primeira, os jogadores conversam e definem as regras da partida; na segunda, é o jogo em si; e na terceira, voltam a se reunir para discutir o que aconteceu em campo. O diretor executivo da Cáritas no Rio de Janeiro disse que o projeto ajuda a fortalecer o “espírito” de irmandade e coletividade.

“Esta ação de hoje é simbólica, e acho que vai ter grande repercussão no ego dessas pessoas. Para quem está sofrendo, quem está buscando se integrar à sociedade. Este projeto ajuda fazê-lo a se sentir amado, querido e abraçado, e isso é muito importante para quem veio se refugiar no nosso país”, disse.

Para o representante da Acnur no Brasil, Andrés Ramirez, o Futebol das Nações é uma importante iniciativa, principalmente no atual cenário econômico do Brasil. “Não temos muito problema com xenofobia no país, mas pelo que vemos em outros lugares, quando a situação econômica é complicada, com aumento do desemprego e inflação, as pessoas tendem a colocar a culpa no imigrante, e o refugiado é ainda mais vulnerável”.

O guineano Dabo Sekou está no Brasil há seis meses. Saiu de seu país por causa, principalmente, da instabilidade política na Guiné-Conacri. Ele falou de sua experiência de viver no Brasil. “A vida no Brasil é muito melhor do que lá, e está sendo muito bom porque as pessoas daqui têm muito amor pelos estrangeiros. Hoje, especialmente, está sendo um grande dia para mim, vir a este estádio vai ser algo que nunca vou esquecer, estou muito feliz”.

Segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), o Brasil tem atualmente 8.400 refugiados reconhecidos oficialmente. Em outubro do ano passado, eram 7.745. Ainda de acordo com o órgão, vinculado ao Ministério da Justiça, os sírios são a nacionalidade mais numerosa no país (2.077), seguidos por angolanos (1.480) e colombianos (1.093).

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