Mesmo com Seleção fora, Brasil só terá árbitro de vídeo na Copa das Confederações
Mesmo sem ter sua Seleção classificada para a Copa das Confederações de 2017, o Brasil não contará com nenhum juiz entre os nove trios de arbitragem escolhidos pela Fifa para trabalhar dentro de campo na competição, que é o grande evento de preparação para a Copa do Mundo de 2018 e será realizado entre 17 de junho e 2 de julho, na Rússia. O País contará apenas com Sandro Meira Ricci como um dos oito árbitros de vídeo – recurso tecnológico que será utilizado no torneio – confirmados nesta quinta-feira pela entidade para trabalhar no grande evento.
Assim como já era esperado, nenhum dos árbitros escalados para trabalhar no gramado nas partidas que ocorrerão em solo russo é de um dos oito países que se qualificaram para esta edição da Copa das Confederações. Até por isso, o Brasil, como uma das nações de maior tradição no futebol mundial e que ostenta a Seleção mais vencedora da história da modalidade, era tido como um candidato natural a ter um trio do apito trabalhando no torneio que começa daqui a menos de dois meses.
Entretanto, em um sinal claro do desprestígio da arbitragem brasileira no cenário internacional atualmente, os únicos pentacampeões mundiais de futebol não terão nenhum representante do apito como protagonista nesta Copa das Confederações. Entre os 27 árbitros que compõem os nove trios escalados pela Fifa, há três argentinos e três colombianos nos seis postos reservados para juízes da Conmebol.
Nestor Pitana foi o árbitro da Argentina selecionado para esta Copa das Confederações e ele será auxiliado pelos seus compatriotas Hernan Maidana e Juan Pablo Belatti. Já a Colômbia contará com Wilmar Roldan liderando um trio que contará também com Alexander Guzman e Cristian de la Cruz.
Já a Uefa contará com três trios de arbitragem trabalhando na competição em solo russo. Um deles será da Itália e terá como líder Gianluca Rocchi. Chama a atenção também o fato de que um destes trios escolhidos é da Eslovênia, terra natal do novo presidente da entidade que controla o futebol europeu, Aleksander Ceferin, e país sem nenhuma tradição relevante na modalidade. Damir Skomina será o árbitro principal deste trio da Eslovênia. O outro trio da Uefa escolhido para trabalhar na Copa das Confederações é sérvio e será liderado por Milorad Mazic.
Além da Conmebol, outra confederação continental que contará com dois trios de arbitragem na competição na Rússia é a asiática. Fahad Al Mirdadi irá liderar um trio de juízes da Arábia Saudita, enquanto Alireza Faghani comandará um outro do Irã.
A Concacaf e Confederação Africana de Futebol (CAF) contarão com apenas um trio de arbitragem de cada continente, fato que motivou a Fifa a ser mais democrática com estas entidades. Do organismo que controla a modalidade nas Américas do Norte e Central do Caribe, o representante principal será o norte-americano Mark William Geiger, que será auxiliado por um compatriota e um canadense. O trio de árbitros africanos, por sua vez, será Bakary Gassama, de Gâmbia, que terá como auxiliares um profissional do Burundi e outro do Quênia.
TECNOLOGIA – Há trios das seis confederações continentais na Copa das Confederações, sendo que a escolha dos mesmos se deu por meio de um processo de seleção realizado pelo Comitê de Arbitragem da Fifa, que é presidido pelo ex-árbitro italiano Pierluigi Collina. E esta seleção também passa pelas mãos do chefe geral do apito da entidade, o ex-juiz suíço Massimo Busacca.
E, ao comentar a seleção dos árbitros por meio do comunicado divulgado nesta quinta pela Fifa, Collina ressaltou que os mesmos “são todos potenciais candidatos” a trabalhar no Mundial de 2018. Na competição, o Brasil deverá contar com um trio escolhido para trabalhar no campo, mas por enquanto terá de se contentar em participar do apito apenas no grupo de apoio formado pelo oito árbitros de vídeo.
Estes profissionais irão fornecer informações aos trios de arbitragem, de dentro de uma sala de operação de vídeo, com o objetivo de corrigir quaisquer possíveis erros dos juízes no campo, onde muitas vezes eles não conseguem flagrar irregularidades que o recurso tecnológico aponta. Estes possíveis erros incluem os lances duvidosos de gols, decisões sobre pênaltis assinalados e cartões vermelhos que possam ser aplicados a um jogador errado, que não cometeu a infração passível desta punição. A Fifa, porém, fez questão de enfatizar que a decisão final será sempre do juiz que estará dentro de campo.
Além do recurso de vídeo, a Copa das Confederações terá a Tecnologia da Linha do Gol (GLT, na sigla em inglês), que serve para flagrar lances em que a bola pode atravessar a linha da meta e depois sai dela, o que pode não ser percebido pelo árbitro. Neste caso, o juiz é avisado por um sensor que avisa se a bola entrou no gol.
FIM DA TRADIÇÃO – Quatro vezes vencedor da Copa das Confederações e atual tricampeão depois dos títulos obtidos em 1997, 2005, 2009 e 2013, o Brasil pela primeira vez não jogará esta competição criada pela Fifa para servir como evento-teste para a Copa do Mundo que ocorre sempre no ano anterior à sua disputa.
Campeão das últimas duas edições da Copa América, o Chile será o representante sul-americano desta edição do evento, que também terá a Alemanha (como atual campeã do mundo), Rússia (como país-sede) e os atuais campeões continentais da Europa (Portugal), da África (Camarões), da Concacaf (México), da Oceania (Nova Zelândia) e da Ásia (Austrália, que é filiada à Confederação Asiática de Futebol).
Com estas seleções, a Copa das Confederações acontecerá em quatro sedes do Mundial de 2018: Kazan, Moscou, São Petersburgo e Sochi.
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