MPF dispara contra decisão que reconduz Coaracy à presidência

  • Por Estadão Conteúdo
  • 11/11/2016 17h12
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Divulgação Coaracy Nunes está sendo acusado por participação em fraudes de licitações para a aquisição de materiais esportivos

O desembargador Nery da Costa Júnior, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), derrubou a liminar que determinava o afastamento do presidente Coaracy Nunes e mais quatro dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Ao saber da decisão, o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, que investiga os cartolas, emitiu comunicado criticando o fato e avisando que vai recorrer.

“O desembargador do TRF-3 emitiu decisão apenas um dia após pedido da defesa e, sem consultar os autos, descartou haver indícios de envolvimento dos réus”, reclama o MPF. “Porém, as investigações demonstraram que uma empresa de fachada, sediada em um pet shop na capital paulista, recebeu 79% dos recursos repassados à CBDA pelo Ministério dos Esportes para a aquisição dos produtos. As fraudes na licitação tiveram a anuência da entidade”, assegura o Ministério Público.

No entender da procuradora da República responsável pela ação, Thaméa Danelon, é estranha a celeridade com que o caso foi analisado pelo TRF-3. Em média, o julgamento desse tipo de recurso no tribunal demora três meses, de acordo com o MPF.

“Não havia motivos para essa rapidez, afinal não houve bloqueio de bens ou qualquer outra medida que demandasse uma decisão contrária com urgência”, disse a procuradora. “Além disso, a atitude do desembargador é inusitada, pois ele analisou o mérito da ação sem ter acesso aos autos, que ainda estão na 21.ª Vara Federal de São Paulo. Ele sequer aguardou a manifestação do juiz de primeira instância sobre os pedidos da defesa, como acontece na tramitação de qualquer processo civil”, reclama Danelon.

Coaracy Nunes é investigado pela participação de fraudes em licitações para a aquisição de materiais esportivos para a preparação dos atletas de maratonas aquáticas, nado sincronizado e polo aquático para a Olimpíada do Rio. Segundo a Operação Águas Claras, do total de R$ 1,56 milhão, 79% foram pagos a uma empresa de fachada, a Natação Comércio de Artigos Esportivos.

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