Jogadora da seleção de vôlei da Itália é chamada de ‘macaco’ por apresentadora

Paola Egonu, de 23 anos, foi campeã da Liga das Nações este ano e escolhida a melhor jogadora do torneio

  • Por Jovem Pan
  • 23/09/2022 22h50
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Reprodução/ Twitter paola egonu Paola recebe ataques homofóbicos e racistas desde o início de sua carreira no vôlei

Os casos de racismo contra esportistas tem sido frequentes em programas de televisão na Europa. Vinícius Júnior foi alvo de injúria em uma mesa redonda sobre futebol na Espanha, e nesta semana Paola Egonu, destaque da seleção italiana feminina de vôlei, foi chamada de “macaco” em um canal de seu país. Um dos maiores destaques do da modalidade, Paola levou a Itália ao título da Liga das Nações contra a seleção brasileira, sendo eleita a melhor jogadora do torneio. Ela tem apenas 23 anos. Cristiana Buonamano, apresentadora da Sky Sports, comentava sobre a seleção italiana ao lado de um convidado, quando chamou Egonu de “macaco”. “Você falou de dois macacos, mas sabe que eu acrescentaria um terceiro: Egonu. Busque, você, um adjetivo diferente ou original. Não sei ser original”, afirmou a jornalista. Apesar de sua qualidade no vôlei, sua origem nigeriana e sua cor de pele fizeram com que Egonu fosse alvo de preconceitos durante seu início de carreira. Sob olhares raivosos, de desprezo e ofensas na quadra, a jogadora sofreu com o racismo. “No começo era muito difícil. Vários torcedores me insultavam, me xingavam por conta da minha cor. Era uma coisa bruta, eram adultos me ofendendo. Mas, mesmo na rua, no ônibus ou no metrô, ouço comentários desagradáveis. Eu tento ignorar, é natural que haja gente ruim”, afirmou Egonu, em entrevista ao jornal italiano Corriere dello Sport.

“Sou diferente porque sou negra e penso. O ódio de homofóbicos e racistas me dói. Porque sou diferente. Pela cor da pele – que é a primeira coisa que você nota -, pela minha maneira de pensar e como lido com certas questões. Sei que há muitas meninas que estão na mesma situação que eu e se sentem sozinhas, não veem essa luz e nunca dão o primeiro passo. Eu me pergunto onde começa este ódio. Nós nos dividimos por raças e não procuramos compreender o outro. Eu sou uma pessoa muito emotiva e isso dói”, contou a atleta, antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio. A seleção italiana faz sua estreia no Mundial Feminino de Vôlei neste sábado, às 10h (horário de Brasília), diante de Camarões. O Brasil também joga no sábado, às 15h30, contra a República Checa.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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