Renda de amistosos da Seleção era desviada para Catar e Andorra

  • Por Estadão Conteúdo
  • 23/05/2017 10h21
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Polícia espanhola realizou busca e apreensões na casa de Sandro Rosell

EFE Polícia espanhola realizou busca e apreensões na casa de Sandro Rosell

Parte da renda dos jogos da Seleção Brasileira teria sido desviada a empresas no Catar e terminava em contas secretas em Andorra. Isso é o que revelam investigações realizadas na Espanha e nos Estados Unidos, com a ajuda do FBI. A polícia espanhola prendeu nas primeiras horas da manhã desta terça-feira o ex-presidente do Barcelona e parceiro de Ricardo Teixeira, Sandro Rosell, e indicou que mira o brasileiro e seus negócios com a Seleção. 

No total, cinco pessoas foram presas e os policiais fizeram buscas e apreensões em endereços em Barcelona, Andorra e outras duas cidades da região. O centro da investigação é o contrato que Rosell manteve com a CBF, revelado com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo em 2013, além de negócios envolvendo a Nike e lavagem de dinheiro. A suspeita é de que os dois suspeitos tenham lucrado US$ 15 milhões (R$ 45,6 milhões) com a venda de direitos de imagem para os jogos do Brasil. 

Apelidada de “Operação Jules Rimet”, a iniciativa das autoridades espanholas ocorre depois de investigações de lavagem de dinheiro por parte do ex-cartola. Rosell ainda estava sendo investigado nos EUA por seu envolvimento com contratos da Nike e a CBF. O FBI investiga o desvio de cerca de US$ 20 milhões (R$ 67 milhões) para contas secretas de Ricardo Teixeira, presidente da entidade brasileira naquele momento. 

A suspeita é de que a Nike tenha pago uma propina de US$ 40 milhões (R$ 131 milhões) em uma conta na Suíça para fechar um contrato com a CBF para patrocinar a seleção brasileira. Segundo o levantamento, o acordo avaliado em US$ 140 milhões (R$ 460 milhões) rendeu em pagamentos paralelos e depositados no paraíso fiscal alpino. Do total da propina, uma parcela foi para Teixeira e outra para J. Hawilla, que teria intermediado o contrato. 

A operação, segundo a imprensa espanhola, está sendo conduzida depois de investigações por parte da Unidade de Delinquência Econômica e Fiscal da Polícia Nacional. Mas a operação também ocorre em colaboração com o FBI, nos EUA, que já indiciou Teixeira. 

De acordo com as primeiras informações, foram as investigações nos EUA que deram os primeiros indícios de movimentações de contas na Espanha. Tais dados abriram caminho para a descoberta de uma rede desenhada por Rosell para ocultar dinheiro. A Justiça já bloqueou cerca de 10 milhões de euros (R$ 36,9 milhões) em contas, além de cerca de 50 imóveis, avaliados em mais de 25 milhões de euros (R$ 92 milhões).

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