Goalball tem Brasil como potência e é o único esporte exclusivo das Paralimpíadas; conheça

Desenvolvida especificamente para deficientes visuais, a modalidade foi criada em 1946 com a intenção de reabilitar e socializar os veteranos da Segunda Guerra Mundial que ficaram cegos

  • Por Jovem Pan
  • 22/08/2021 10h00
Reprodução/CBDV Único esporte exclusivo das Paralimpíadas, goalball tem Brasil como potência Único esporte exclusivo das Paralimpíadas, goalball tem Brasil como potência

O Brasil começa a sua participação nas Paralimpíadas de Tóquio-2020 nesta terça-feira, 24, e tem como principal missão ficar entre os dez melhores países no quadro de medalhas, algo que aconteceu nas últimas três edições. Uma das esperanças de subir ao pódio é o goalball, o único esporte exclusivo dos Jogos Paralímpicos. Desenvolvida especificamente para deficientes visuais, a modalidade foi criada em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle, que tinham a intenção de reabilitar e socializar os veteranos da Segunda Guerra Mundial que ficaram cegos. Difundida com o passar do tempo, ela entrou na grade paralímpica em Arnhem-1980. Quatro anos depois, em Nova York, as mulheres também começaram a disputar. Mas, afinal, como se joga o goalball? E quais são as regras?

Praticada em uma quadra com as mesmas dimensões da quadra de vôlei (9 metros de largura e 18 metros de comprimento), uma partida de goalball acontece entre duas equipes com três atletas cada uma e tem como objetivo fazer gols — existem duas balizas de cada lado. Durante o jogo, os atletas têm a função de atirar e defender. A bola, que é parecida com a de basquete e possui guizos em seu interior, é arremessada e deve tocar em determinadas áreas da quadra para que o lance seja considerado válido. Com dois tempos de 12 minutos, vence o time que fizer mais gols. No entanto, o duelo pode ser encerrado a qualquer momento caso uma equipe alcance a diferença de dez gols no placar. Essa situação é chamada de “game”. Vale lembrar que os deficientes visuais de diferentes classes (B1, B2 e B3) disputam o campeonato juntos, já que todos os esportistas são vendados para ficarem em igualdade de condições.

No Brasil, o esporte foi apresentado em 1985 pelo professor Steven Dubner, do Cadevi (Centro de Apoio ao Deficiente Visual), entidade de atendimento às pessoas cegas de São Paulo. Com o passar dos anos, a modalidade foi ganhando adeptos por todo país, que se transformou em uma potência paralímpica. Depois do ouro no Parapan de Guadalajara-2011, a seleção masculina conquistou grandes feitos, como a medalha de prata em Londres-2012, o bronze na Rio-2016, o bicampeonato mundial e a atual liderança no ranking. As mulheres brasileiras não ficam muito atrás, tendo no currículo títulos nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto (2015) e Lima (2019), além do bronze no Mundial de Malmo, na Suécia, e a terceira posição no ranking geral.

Assim, o Brasil chega forte nas duas frentes para fazer bonito na Tóquio-2020. A seleção brasileira masculina de goalball, favorita ao título, foi convocada com Alex de Melo Souza, Emerson Ernesto da Silva, José Roberto Ferreira de Oliveira, Josemarcio da Silva Sousa, Leomon Moreno da Silva e Romário Diego Marques. Os adversários dos brasileiros na fase de grupos serão Lituânia, Estados Unidos, Japão e Argélia — os quatro melhores avançam para o mata-mata. Seguindo a mesma regra, as mulheres brasileiras terão pela frente EUA, Turquia, Japão e Egito. Com Ana Carolina Duartes Ruas Custódio, Ana Gabriely Brito Assunção, Jéssica Gomes Vitorino, Katia Aparecida Ferreira da Silva, Moniza Aparecida de Lima e Victoria Amorim do Nascimento, elas tentam a primeira medalha paralímpica para o país no goalball feminino.

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