Vanderlei Cordeiro ignora reclamação de ex-padre irlandês: “é um cara oportunista”

Horas depois de receber o maior reconhecimento da carreira e ser escolhido para acender a pira dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Vanderlei Cordeiro de Lima virou alvo de uma polêmica reclamação do ex-padre irlandês Cornelius Horan. Em carta enviada à ESPN no início do mês, o cidadão que interferiu na maratona de Atenas-2004 acusou Vanderlei de traição, exigiu um pedido de desculpas e disse que o ex-fundista brasileiro só havia recebido tal honraria por sua causa. 

Desde então, o único brasileiro congratulado com a medalha Pierre de Coubertin se calou.  

Vanderlei Cordeiro de Lima só se manifestou a respeito do tema nesta quinta-feira, em entrevista exclusiva ao repórter Fredy Junior que vai ao ar no próximo Domingo Esporte, da Rádio Jovem Pan. Tranquilo como sempre, o ex-maratonista negou ter se afligido com as críticas do irlandês e classificou o ex-padre como “um cara oportunista”. 

“Não me incomodou. Para mim, o mais importante foi aquilo que eu vivi, independente das manifestações dele. Isso não é do meu interesse, não condiz com a minha conduta. Ele pode reivindicar o que quiser, mas a verdade é que ele não faz parte da minha vida, das minhas conquistas como atleta... É um cara oportunista, que provoca essas situações para enaltecer aquilo que sempre foi o seu propósito”, afirmou Vanderlei.

Também durante o papo com Fredy Junior, o medalhista de bronze nos Jogos de Atenas negou ter recebido correspondências de Cornelius Horan depois da polêmica maratona olímpica. No comunicado enviado à ESPN, o ex-padre irlandês diz que mandou duas cartas a Vanderlei dias depois da Olimpíada para lhe pedir desculpas pelo agarrão na reta final da prova nobre dos Jogos de 2004.  

“Nunca chegaram ao meu conhecimento as tais cartas em que ele diz ter reconhecido o erro. E, também, eu nunca vou dar ênfase ao que ele fala. É algo que, para mim, ficou no passado. O mais importante foi aquilo que eu conquistei na história dos Jogos“, salientou o brasileiro, que, vinte dias depois da abertura dos Jogos de 2016, ainda se emociona ao lembrar da homenagem que recebeu no Maracanã. 

“Eu realmente não esperava acender a pira. Foi muito gratificante poder receber aquele reconhecimento. Mais uma vez, os Deuses do Olimpo conspiraram ao meu favor. Estar em mais uma edição Jogos, mesmo que de uma maneira diferente, foi muito especial“, finalizou.