56% das crianças e adolescentes têm medo da violência em SP, diz pesquisa

SAO PAULO, SP, 26.06.2015 - CRIME-SP - A Polícia Militar descobriu uma casa onde funcionava uma estufa para o cultivo de diversos tipos de maconha, a residência fica localizado na Rua Ângelo Stefanini, no Jardim das Oliveiras, na região do Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo, SP. O setor de inteligência da PM chegou até o local onde continha cerca de 400 pés de maconha. A casa era equipada com ventiladores, termômetros, ar condicionado, iluminação especial, isolamento acústico e até um sistema moderno de exaustão para que o cheiro da erva não chamasse atenção dos vizinhos. Duas pessoas foram detidas no local e encaminhadas para 50º Distrito Policial do Itaim Paulista, onde o caso foi apresentado na noite desta quinta-feira, 25. (Foto: Fernando Neves/ Brazil Photo Press/Folhapress) Violência em São Paulo

Mais da metade das crianças e adolescentes paulistanos se sentem assustadas com a violência. Um estudo inédito da Rede Nossa São Paulo, publicado nesta quinta-feira (23), ouviu 805 pessoas de dez a 17 anos de idade sobre a percepção que eles têm da Capital.

A pesquisa mostrou que praticamente metade dos entrevistados deixaria São Paulo em busca de maior qualidade de vida. 61% das crianças e adolescentes entrevistados pela pesquisa afirmaram ter medo de assalto ou roubo e 56% têm medo da violência na cidade.

A diretora do Ibope, Marcia Cavallari disse que essa vontade de deixar a cidade reflete também a influência da família sobre os pesquisados. “Eu acho que acaba sendo um pouco também, reflexo dos pais. Esse índice é menor do que o índice quando faz a mesma pergunta para a população como um todo. A vida dos pais acaba refletindo na vida dos filhos até na questão do medo. Por exemplo, há um medo na população em geral e na população inafnto-juvenil da violência, insegurança, assaltos”, explicou.

No estudo, 20% dos jovens afirmaram ter medo da polícia. Uma pesquisa semelhante feita com os adultos da cidade e divulgada em janeiro deste ano revelou que 67% sentem sensação de insegurança em São Paulo.

As perguntas feitas aos jovens abordaram temas do cotidiano como escola e amigos e conhecimento e avaliação das instituições, como Prefeitura e Câmara Municipal. E quando o tema foram os hábitos do público infantil e jovem nova surpresa: ainda hoje a divisão de tarefas e de percepção de mundo por parte dos meninos e das meninas é grande.

O coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, Mauricio Broinizi Pereira, chamou atenção para estes aspectos. “As meninas, as adolescentes, são mais críticas do que os meninos e a um mesmo tempo ainda se mantém a tradição das meninas ajudarem mais nos serviços domésticos do que os garotos. (…) Os garotos jogam mais futebol e as meninas ajudam os pais em casa com o serviços domésticos”.

Enquanto 29% das meninas admitem colaborar com as atividades em casa, apenas 6% dos meninos afirmam colaborar com as tarefas domésticas. Além disso, enquanto os meninos realizam mais atividades coletivas, como jogar bola, ou, andar de bicicleta; as meninas fazem atividades individuais como ver televisão ou ficar no computador.

A pesquisa também mostrou que os meios de transporte público como ônibus, trem ou metro são utilizados por 71% das crianças e adolescentes da cidade por pelo menos uma vez por semana.

Dados da pesquisa

– 61% disseram ter medo de assalto ou roubo
– 56% têm medo da violência
– 33% se sentem inseguros com o tráfico de drogas
– 21% têm medo de sair à noite
– 20% dos jovens afirmaram ter medo da polícia
– Acidentes de trânsito, como atropelamentos, assustam 19% deles
– 17% relataram ter medo de racismo ou preconceito pela cor da pele
– 14% temem sofrer bullying ou cyberbullying

*Saiba mais sobre a pesquisa no áudio acima