Afeganistão liberta 65 prisioneiros mesmo após protestos dos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 13/02/2014 06h43
  • BlueSky

Cabul, 13 fev (EFE).- O Afeganistão libertou nesta quinta-feira 65 prisioneiros, mesmo com os protestos dos Estados Unidos, que consideram os presos como “perigosos”, além de representarem uma “ameaça contra as forças aliadas e afegãs”, informou à Agência Efe uma fonte oficial.

“As autoridades militares me informaram sobre a libertação de 65 presos da prisão de Bagram esta manhã”, disse o chefe do Comitê de Revisão de Penas da penitenciária, Abdul Shakor Dadras.

A libertação aconteceu horas depois que o Exército americano condenou a medida, após tomar conhecimento de que os presos seriam soltos hoje.

“Os detidos neste grupo de 65 pessoas estão diretamente envolvidos em ataques que causaram a morte e ferimentos em 32 soldados americanos e da coalizão e em 23 membros das forças armadas afegãs e civis”, de acordo com um comunicado do Exército dos EUA no Afeganistão.

O porta-voz do procurador-geral afegão, Abdul Basir Azizi, afirmou ontem que o Comitê de Avaliação de Prisioneiros revisou as penas de 88 presos e concluiu que 65 seriam libertados.

“Estes presos foram detidos durante a guerra sem que tenham cometido nenhum crime e não encontramos nenhuma razão para que continuem na prisão”, disse Azizi.

“Ninguém tem o direito de dizer o que devemos fazer e de intervir nas decisões do procurador-geral sem apresentar provas”, afirmou Azizi, em referência aos protestos americanos.

Mais de 600 prisioneiros foram libertados da prisão de Bagram, uma das maiores bases da Isaf no país asiático, que foi renomeada como Parwiz desde que passou para o controle afegão em março do ano passado.

Os Estados Unidos e Afeganistão negociam um acordo militar para a permanência de tropas americanas no país asiático após a retirada das forças internacionais da Otan em 2014.

A Loya Jirga – a assembleia tradicional do Afeganistão – aprovou o acordo em novembro do ano passado, mas o presidente, Hamid Karzai, se nega a assinar o pacto até a realização das eleições gerais no país, enquanto os EUA querem que o mesmo seja aprovado o mais rápido possível.

As tropas internacionais começaram em julho de 2011 sua retirada gradual do país e a transferir a competência da segurança ao Exército e à polícia do Afeganistão. EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.