Após polêmica na Knesset, Schulz diz que “entre amigos há divergências”

  • Por Agencia EFE
  • 12/02/2014 16h22

Jerusalém, 12 fev (EFE).- Em reunião com o presidente israelense, Shimon Peres, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse nesta quarta-feira que, “às vezes, há divergências entre amigos”, em referência ao seu polêmico discurso na Knesset (parlamento de Israel), onde foi contestado por vários deputados que abandonaram a sala.

“A posição da União Europeia não é sempre cômoda e singela, mas, às vezes, há diferenças de opinião entre amigos”, declarou o dirigente comunitário ao aludir ao abandono de vários deputados, incluindo o ministro de Economia, Naftalí Benet, durante o discurso que pronunciou hoje no Parlamento israelense.

Na ocasião, Schulz se referia à difícil situação em que vivem os palestinos devido às restrições a sua liberdade de movimentos e às dificuldades que experimentam para ter acesso à água.

Segundo a imprensa local, o presidente do Parlamento Europeu manifestou que “os palestinos desejam viver em paz e sem que sua liberdade de movimento esteja restrita”. Antes dos legisladores abandonarem o parlamento, Schulz disse que “os palestinos também têm o direito a sua própria definição e justiça”.

“Um jovem palestino me perguntou por que um israelense pode empregar 70 litros cúbicos de água e um palestino só 17. Não corroborei esses dados. Eu apenas pergunto se isto é correto”, acrescentou Schulz em seu discurso.

Em alusão direta a esses comentários, Peres assinalou que as políticas de Israel “são as de equiparar. O chefe do Estado israelense ressaltou que desejaria ver os palestinos desfrutar das mesmas oportunidades que os israelenses e assinalou: “Não nos gera nenhum prazer ver alguém sofrendo por falta de água e eletricidade, mas ao contrário”.

Schulz, por sua parte, insistiu que sua visita ao Oriente Médio está ligada ao cumprimento de suas responsabilidades como presidente do Parlamento Europeu e, por isso, deve “preservar seus interesses”.

Para presidente do Parlamento Europeu, os países do bloco estão prestando “uma maior atenção às conversas” entre israelenses e palestinos e farão o possível para apoiar esse processo, embora tenha reconhecido que “ninguém espera um acordo global nas próximas semanas”.

Questionado sobre esse maior envolvimento político da UE, Schulz respondeu que as políticas desenvolvidas até o momento tiveram o objetivo de “contribuir e melhorar as condições de vida dos cidadãos” em aspectos como água, eletricidade e educação.

“A UE investiu muito nestes projetos e acho que, quanto mais gente em nível individual sentir que tem uma vida decente, mais pacífica será a situação”, afirmou. EFE

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