Após relatório negativo, casos de Ferguson são transferidos a juiz estadual

  • Por Agencia EFE
  • 10/03/2015 03h50

Washington, 9 mar (EFE).- A Suprema Corte do Missouri decidiu nesta segunda-feira transferir a um juiz estadual os casos municipais de Ferguson, cidade onde um jovem negro foi assassinado por um policial branco em agosto do ano passado, para reformar o sistema e recuperar a confiança após o negativo relatório do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

O juiz Roy L. Richter do distrito leste da Corte de Apelações do Missouri se encarregará a partir de agora de todos os casos municipais de Ferguson, presentes e futuros, explicou a Suprema Corte do estado em uma nota.

Um relatório do Departamento de Justiça divulgado na semana passada criticou as práticas tanto da polícia como da Justiça de Ferguson, e especificamente o juiz municipal Ronald J. Brockmeyer por criar procedimentos judiciais “abusivos e potencialmente ilegais”.

Brockmeyer, aliás, anunciou hoje em comunicado que renunciava a seu cargo.

“O juiz Richter apresentará uma perspectiva nova e imparcial às práticas do tribunal e é capaz e tem a vontade de implementar as reformas necessárias para restaurar a integridade do sistema”, explicou a Corte Suprema do Missouri.

Esta decisão acontece três dias depois de o procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, afirmar que o Departamento de Justiça utilizará sua autoridade para reformar o departamento policial de Ferguson, o qual não descartou desmantelar totalmente.

O Departamento de Justiça apresentou na quarta-feira passada um relatório sobre a atuação geral da polícia de Ferguson, acusada de violar sistematicamente os direitos civis da população negra, com detenções sem motivo aparente e o uso excessivo da força principalmente contra essa comunidade.

Foi nessa cidade que policial branco Darren Wilson matou o jovem negro Michael Brown, de 18 anos, em agosto do ano passado em circunstâncias ainda não esclarecidas, o que provocou graves distúrbios raciais que ganharam força novamente em novembro, quando um grande júri decidiu não indiciar o agente. EFE

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