Ativistas levarão ao Supremo dos EUA bloqueio a medidas de alívio migratório

  • Por Agencia EFE
  • 10/07/2015 21h23

Chicago (EUA), 10 jul (EFE).- Imigrantes e ativistas de todos os Estados Unidos se comprometeram nesta sexta-feira a manter a luta em favor das medidas do presidente Barack Obama que pretendem regularizar cerca de 5 milhões de imigrantes ilegais no país, e levar o caso diretamente à Suprema Corte em busca de soluções permanentes.

“Não vamos perder a esperança, seguiremos lutando porque temos o apoio de muita gente”, declarou à Agência Efe o imigrante ilegal José Serbin, que veio do Alabama até Nova Orleans para se juntar à manifestação que aconteceu em frente ao Tribunal de Apelações do Quinto Circuito.

Por meio dos advogados do Departamento de Justiça, a Administração do presidente Barack Obama tentou hoje convencer os juízes deste tribunal para que permitam que o governo implemente suas medidas migratórias, lançadas em novembro, e depois bloqueadas em fevereiro pelo juiz federal do Texas, Andrew Hanen.

Com o objetivo de que suas vozes fossem ouvidas durante o desenvolvimento da audiência, manifestantes vindos de mais de 20 estados cantaram em alto e bom som: “Não somos um, não somos 100, somos milhões”.

Não se espera uma decisão rápida do painel de juízes e este atraso preocupa alguns ativistas, como Marielena Hincapié, diretora-executiva do Centro Nacional de Leis Migratórias (NILC), de Los Angeles, e que opinou que o processo judicial demora “muito mais do que o desejado”, já que o tema é muito complicado, inclusive para os juízes.

Marielena esteve presente na audiência e, em uma conferência telefônica com jornalistas, disse que tanto as perguntas dos juízes, como os argumentos dos advogados, “demonstraram, realmente, uma tremenda falta de compreensão” do que significou o programa de ação diferida (Daca), que alivia a situação dos jovens imigrantes no país.

Já Kica Matos, do Movimento por uma Reforma Migratória Justa (FIRM), declarou em comunicado que a audiência de hoje foi somente “teatro político e uma farsa”, e antecipou que os ativistas não esperam uma resolução favorável da corte de apelações para desbloquear a situação.

É por isso que os ativistas estão preparados para lutar e levar o caso diretamente ao Supremo, “onde temos certeza que vamos prevalecer”, disse Kica.

Se os juízes mantiverem a suspensão, como preveem muitos analistas com base na composição do tribunal e nos precedentes, o caso será levado à Corte Suprema, que não escutará os argumentos das partes até o primeiro semestre de 2016 e não decidirá até o meio desse ano, quando o país estará em plena campanha para as eleições presidenciais.

Apolonio Morales, diretor de Políticas da Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA), disse à Efe que, na Suprema Corte, “temos mais chances de ganhar”. EFE

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