Berlim defende visita de Merkel ao Brasil apesar dos protestos contra Dilma
Berlim, 17 ago (EFE).- O governo alemão defendeu nesta segunda-feira a importância da iminente visita da chanceler, Angela Merkel, ao Brasil, apesar dos grandes protestos dos últimas semanas contra a presidente Dilma Rousseff e sua equipe.
O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, garantiu ao ser perguntado sobre a pertinência da reunião no atual clima político brasileiro que os “assuntos internos” não têm um papel de destaque na hora de determinar as visitas da chanceler.
Esta será a primeira cúpula bilateral, o formato de mais alto categoria no protocolo alemão, algo que, em palavras do porta-voz, demonstra “uma estreita relação” ou que ambos país “buscam uma estreita relação”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Martin Schäfer, destacou por sua vez que estas “consultas”, como se denominam em alemão, são uma “expressão simbólica” do grau de relação, e disse que as relações entre Brasil e Alemanha são de primeiro nível e de muitos anos.
Seibert acrescentou que grande parte dos assuntos da agenda deste encontro transcendem o momento político atual e se referem a questões nas quais ambos países desejam uma cooperação mais estreita a longo prazo, como tecnologia, ciência e meio ambiente.
Merkel parte nesta quarta-feira rumo ao Brasil com seis ministros para a primeira cúpula bilateral, centrada na cooperação comercial, tecnológica e meio ambiental segundo fontes do governo alemão. ministros.
Participarão das consultas os ministros de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier; Saúde, Hermann Gröhe; Meio Ambiente, Barbara Hendricks; Agricultura, Christian Schmidt; Transportes, Alexander Dobrindt; e Cooperação, Gerd Müller.
No curso da visita serão assinados vários acordos e não está previsto que nenhuma delegação empresarial alemã acompanhe Merkel, mas sim que o chanceler no Brasil se reúna com representantes do âmbito econômico e empresarial.
A Alemanha só mantém “consultas” intergovernamentais com alguns de seus parceiros europeus (França, Espanha, Itália, Polônia e Holanda), assim como com os EUA, China, Israel, Índia e Rússia.
A visita de Merkel, que durará 23 horas, ocorre no meio de um clima rarefeito pelas manifestações maciços convocados em protesto pelos escândalos de corrupção que atingem o staff de Dilma e nos quais pede a saída da presidente brasileira. EFE
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