Berlim exige explicações urgentes dos EUA sobre espionagem a chanceler

  • Por Agencia EFE
  • 22/07/2015 11h47

Berlim, 22 jul (EFE).- O governo alemão pediu aos Estados Unidos que esclareça “com urgência” as últimas revelações do Wikileaks que acusam a Agência Nacional de Segurança (NSA) de ter espionado ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e outros funcionários desse departamento.

O porta-voz do Ministério, Martin Schäfer, informou em entrevista coletiva que o secretário de Estado das Relações Exteriores, Stephan Steinlein, entrou em contato ontem com o embaixador dos EUA na Alemanha, John B. Emerson, para pedir as “necessárias explicações” sobre essas informações “o mais em breve possível”.

Emerson não estava ontem em Berlim e o assunto foi abordado em um telefonema, já que a Alemanha considerava que o tema tinha relevância suficiente como ser discutido diretamente com o embaixador e não com seu representante na delegação diplomática.

Schäfer advertiu que não foi comprovada a veracidade das últimas e “anônimas” revelações do Wikileaks e evitou fazer comentários, mas afirmou que se o que foi publicado for verdade seria uma atuação “completamente inaceitável” entre países aliados.

Mas deixou claro que a vontade da Alemanha é continuar mantendo a “boa e estreita” parceria que existe com os EUA.

As relações bilaterais entre os Ministérios de Relações Exteriores dos dois países são “de tanta confiança e tão estreitas que é difícil de crer que a espionagem possa encontrar algo de útil, que não tenha sido dito publicamente”, afirmou Schäfer.

Segundo as informações reveladas na segunda-feira pelo Wikileaks, a NSA espionou Steinmeier durante anos e teve em sua mira até 20 alvos de seu departamento.

A NSA, segundo o Wikileaks, espionou o Ministério de Relações Exteriores antes de ele transferir sua sede de Bonn para Berlim – em 1999 – e também teve entre seus alvos ao ministro Joschka Fischer, que ocupou o cargo entre 1998 e 2005.

Em 8 de julho a mesma plataforma tinha denunciado que a agência americana tinha tinha espionado durante décadas os governos alemães de Angela Merkel, Gerard Schröder e Helmut Kohl. EFE

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