Brasil sai na frente e começa fase clínica de soro inédito contra picada de abelhas

  • Por Jovem Pan
  • 08/04/2016 13h55
Wikimedia Commons Apis mellifera scutellata - abelha africanizada

Começa nesta sexta-feira (8) no Brasil o teste em humanos do primeiro soro contra a picada de abelhas do mundo. A substância inédita é resultado de 15 anos de pesquisas e deve ser usada por todos os países do continente americano, onde predomina a espécie “africanizada”.

Nesta fase, a três, mais de 300 pacientes serão atendidos em Botucatú, no interior paulista, Uberaba, em Minas Gerais e Tubarão, em Santa Catarina.

Laboratórios internacionais já demonstraram interesse em usar o know-how brasileiro para levar o antídoto para outros países. A previsão é que o soro antiapílico, produzido em parceria com Instituto Vital Brazil, do Rio, fique pronto em 2018.

Se os resultados forem promissores, o antídoto poderá evitar a morte de até 50 pessoas por ano só no Brasil, ressalta o coordenador executivo do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Unesp, Rui Seabra Ferreira Junior.

“Em nenhum outro país tinha o tratamento para este tipo de abelha”, destaca. “É aquela abelha que nós vemos na latinha de refrigerante, na barraquinha de caldo-de-cana. Mas também é a abelha que produz o mel e coloca hoje o Brasil como um dos maiores produtores mundiais de derivados apícolas”.

Perigo

O soro antiveneno pode aumentar as chances da vítima sobreviver a um ataque de abelhas, como o que aconteceu na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, há duas semanas. Um idoso foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros porque não notou uma colméia enquanto carpia o quintal. Recebeu dezenas de picadas.

Segundo o porta-voz da corporação, Capitão Marcos Palumbo, só em 2015 foram 11 mil atendimentos do gênero. A maioria no interior do Estado.

Ele explica que as picadas de abelha podem configuar uma “ocorrência grave”. Palumbo explica para nunca mexer em uma colméia. Após a primeira picada, “todas as abelhas, por causa do feromônio soltado pela primeira, vão atacar”, diz.

Enquanto não chega o soro, o bombeiro explica que a pessoa atacada por um enxame de abelhas deve sair correndo em zigue-zague, se possível protegendo com a camiseta as regiões da orelha e do pescoço.

Reportagem de Carolina Ercolin

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