Advogado de Temer pede que deputados da CCJ rejeitem denúncia

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/10/2017 17h57
Wilson Dias/Agência Brasil Advogado Eduardo Carnelós defende Temer na CCJ da Câmara Advogado de Temer, Eduardo Carnelós, contesta a delação de Funaro e classifica como "devastadora por deixar evidente os métodos sórdidos" usados pela PGR

O advogado do presidente Michel Temer, Eduardo Carnelós, defendeu que os deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara rejeitem a denúncia apresentada contra o peemedebista para manter a “ordem política e a estabilidade institucional” do País. A votação no colegiado acontecerá ainda nesta quarta-feira, 18.

Sem poupar críticas à atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR), ele disse esperar “que a era de arbítrio seja banida do País”. Segundo ele, essa “era atinge de A, B, C a Z, pois arbítrio não escolhe partido”.

O advogado também desqualificou o acordo de colaboração premiada fechado com operador financeiro Lúcio Funaro, que foi uma das bases da denúncia oferecida contra Temer. Para ele, a delação de Funaro é “devastadora por deixar evidente os métodos sórdidos” usados pela PGR. “Aquilo é uma montagem da mais baixa qualidade. O que se procurava ali é que ele (Funaro) dissesse aquilo que interessava. Essa delação é devastadora para a denúncia”, disse

Carnelós afirmou ainda que não houve investigação por parte do Ministério Público Federal e a “denúncia foi oferecida a partir da colagem de elementos”.

Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) foram denunciados pela PGR por organização criminosa com base nas delações de Funaro e do empresário Joesley Batista. Segundo o Ministério Público, o grupo teria recebido pelo menos R$ 587 milhões de propina dos últimos anos, oriundos de órgãos como Petrobras, Caixa Econômica Federal e Furnas.

O presidente da República também foi denunciado, sozinho, por obstrução de Justiça. Temer teria cometido o crime ao, segundo a PGR, ter dado aval à compra do silêncio do ex-presidente da Câmara e hoje deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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