Após contato com óleo, suspeitos de intoxicação são atendidos em hospital de Pernambuco

Segundo a prefeitura de São José da Coroa Grande, 17 pessoas que tiveram contato com o óleo de origem desconhecida procuraram atendimento médico alegando náuseas vômitos, dificuldade para respirar e manchas na pele

  • Por Jovem Pan
  • 24/10/2019 16h57
CARLOS EZEQUIEL VANNONI/AGÊNCIA PIXEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO óleo Óleo no litoral do Nordeste tem sido limpo por voluntários, equipes do Ministério do Meio Ambiente e das Forças Armadas, além de secretarias estaduais e municipais

Em uma semana, o Hospital Municipal Osmário Omena de Oliveira, de São José da Coroa Grande, em Pernambuco, atendeu a 17 pessoas com sinais de intoxicação após contato com o óleo de origem desconhecida que já atingiu aos nove Estados do Nordeste.

Segundo a secretária municipal de Saúde, Tarciana Mota, entre os que procuraram atendimento médico há servidores municipais e voluntários que participaram da limpeza da praia e do Rio Persinunga. O grupo reclamava de fortes dores de cabeça, náuseas, vômitos, dificuldades respiratórias e do aparecimento de pequenas manchas na pele.

Ainda de acordo com a secretária, nenhuma das 17 pessoas atendidas precisou ser internada, mas a prefeitura pretende acompanhar a evolução do quadro de saúde de todas elas até ficar claro que tipo de componentes químicos há no óleo e quais reações eles podem causar.

“Oficialmente, ainda não sabemos que material é este. Sabemos apenas que é algo tóxico, embora não saibamos o grau de toxicidade”, disse a secretária, lamentando a presença de óleo em trechos litorâneos do município, incluindo no Rio Persinunga, onde mergulhadores contratados farão uma espécie de varredura para tentar identificar se o material se acumulou no fundo do rio.

Nesta quinta-feira (24), o presidente em exercício, Davi Alcolumbre, acompanhado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e de comitiva de parlamentares da região Nordeste desembarcaram em Alagoas para acompanhar a situação das praias atingidas. Alcolumbre anunciou que assinará uma Medida Provisória (MP) para agilizar a limpeza das praias e estenderá o seguro-defeso de pescadores da região.

Emergência

No último dia 17, o município pernambucano, de pouco mais de 21 mil habitantes, decretou estado de emergência devido à situação. No decreto, assinado pelo prefeito Jaziel Gonsalves Lages, consta a justificativa de que a maioria dos municípios atingidos por “produto químico de origem desconhecida” não tem capacidade de gerir sozinhos o desastre e promover a melhor ação de resposta.

Ainda segundo o texto, “a grande quantidade de mancha considerada óleo” de produto químico vem provocando sérios transtornos, “colocando meio ambiente, população e turismo em risco”. Além da mobilização de todos os órgãos municipais, o decreto autoriza a prefeitura a convocar voluntários para reforçar as ações emergenciais.

Usado em casos de desastres naturais, o estado de emergência agiliza a liberação de recursos financeiros federais e estaduais para a contratação de serviços e a compra de materiais específicos para remover o óleo nas praias em caráter emergencial, ou seja, sem a necessidade de licitação.

Nesta quarta (23), o Ministério do Desenvolvimento Regional reconheceu a situação de emergência em São José da Coroa Grande, elevando a sete os municípios cuja situação de emergência foi reconhecida pelo governo federal. Todos as outras seis cidades nessa situação ficam na Bahia: Camaçari, Conde, Entre Rios, Esplanada, Jandaíra e Lauro de Freitas.

*Com informações da Agência Brasil

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