Bolsonaro sobre demissão de Mandetta: ‘Divórcio consensual’

  • Por Jovem Pan
  • 16/04/2020 18h01 - Atualizado em 17/04/2020 08h14
Montagem sobre fotos/Gabriel Biló/Dida Sampaio/Estadão Conteúdo "Uma conversa muito cordial, onde selamos um ciclo no Ministério. Ele [Mandetta] se prontificou a fazer uma transição o mais tranquila possível", afirmou o presidente

O presidente Jair Bolsonaro comentou, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (16), a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Uma conversa muito cordial, onde selamos um ciclo no Ministério. Ele [Mandetta] se prontificou a fazer uma transição o mais tranquila possível. Foi um divórcio consensual, porque acima de mim e dele está a saúde do povo brasileiro”, disse Bolsonaro. O oncologista Nelson Teich vai assumir a pasta a partir de hoje.

O presidente voltou a defender que a vida continua sendo prioridade, mas disse que é necessário pensar também na economia. “Quando falamos em saúde e vida, não podemos deixar de falar em emprego. Uma pessoa desempregada estará mais propensa a sofrer problemas de saúde”, destacou.

Bolsonaro afirmou que, desde o começo, se dirigiu a todos os ministros e pontuou a necessidade de se prezar pelas vidas e pelo emprego. “É direito dele [Mandetta] defender o seu ponto de vista como médico. Mas a questão do emprego, não foi da forma que eu achava que deveria ser tratada. Não condeno, não recrimino e não critico, ele fez o que achava que tinha que fazer”, ressaltou.

A demissão de Mandetta era um assunto falado já há algumas semanas. Para Bolsonaro, “ao longo do tempo a separação se tornou cada vez mais uma realidade”. No entanto, a decisão não poderia acarretar na “perda do trabalho feito por ele”.

O presidente agradeceu a “cordialidade” de Mandetta, bem como o novo ministro, Nelson Teich, por ter aceitado o convite. “Já começa hoje mesmo uma transição que gradualmente vai servir para redirecionar uma opinião de todos os outros ministros.”

Governadores e prefeitos

Bolsonaro voltou a criticar os governadores e prefeitos e as medidas de restrição adotadas por eles, vistas como “exageradas”. “Os excessos que alguns cometeram, que se responsabilizem por eles. Jamais cercearemos qualquer direito fundamental do cidadão. Quem tem o poder de declarar estado de sítio é o presidente, não o prefeito ou governador”, disse.

Ele defendeu, ainda, a reabertura gradual do emprego no Brasil e ressaltou que o governo não tem como manter as medidas de auxílio social “por muito mais tempo”. “Não é voltar tudo, mas tem que ser flexibilizado para que a gente não venha a sofrer mais com isso. Pior que uma decisão mal tomada, é uma indecisão. Jamais pecarei por omissão.”

Para ele, junto com o coronavírus, veio uma “máquina de moer empregos”. “As pessoas pobres não podem ficar em casa muito tempo. Não podemos prejudicar os mais necessitados, os que sofreram primeiro foram os informais, mas estamos vendo que os empregos com carteira assinada estão cada vez mais sendo destruídos. Nos preocupamos para que essa volta da normalidade chegue o mais breve possível”, concluiu.

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