Bolsonaro nega ter comemorado morte de voluntário da CoronaVac: ‘Onde tem vídeo meu fazendo isso?’
Laudos indicam que foi suicídio; para o presidente, situação precisa ser ‘esclarecida’, e as pesquisas e testes retomados
Após polêmicas envolvendo a vacina da CoronaVac, cujos testes foram interrompidos nesta semana depois do óbito de um voluntário por suicídio, o presidente Jair Bolsonaro negou, nesta quinta-feira, 12, ter comemorado a morte do homem de 32 anos. Bolsonaro foi criticado por ter respondido um comentário em suas redes sociais com o seguinte texto: “Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha.” Durante transmissão ao vivo nesta noite, o presidente se defendeu. “Covardemente falaram que eu comemorei a morte de uma pessoa. Onde tem vídeo, áudio meu fazendo isso?”, questionou.
Segundo laudos divulgados hoje pelos institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML), os resultados apontam que a morte se deu em consequência de uma intoxicação exógena por agentes químicos. “Foram constatadas a presença de opioides, sedativos e álcool no sangue na vítima”, disse a nota encaminhada à Jovem Pan. “Estão investigando porque a pessoa quando comete suicídio, normalmente tem histórico de depressão, perdeu a mulher, o homem, perdeu o emprego, tem histórico familiar muitas vezes. Pode ser efeito colateral? Pode ser. Esclarece e volta a pesquisar a vacina, que no caso é a CoronaVac, da China“, disse Bolsonaro. O presidente voltou a falar que não é ele quem decide sobre qual imunizante comprar, mas sim o Ministério da Saúde e a Anvisa. “Da minha parte, havendo a vacina com comprovação, vamos comprar. Mas vamos querer a planilha de custos, e quero saber se esse país usou a vacina também”, afirmou.
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que esteve ao lado de Bolsonaro na live, disse que 480 pessoas indígenas morreram de Covid-19 até o momento. Segundo ela, a taxa de mortalidade pela doença nas comunidades é de 1.8. “Os índios nunca foram tão bem cuidados quanto agora. Cuidamos dos nossos índios, uma vida é muito preciosa. Perdemos 480, mas não é o que disseram lá foram, que teríamos milhares de mortes”, destacou Damares.
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