Bolsonaro nega ofensa ao STF, diz ter feito ‘desabafo’ e exalta currículo de Ramagem

  • Por Jovem Pan
  • 30/04/2020 19h47 - Atualizado em 30/04/2020 19h55
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Bruno Rocha/Estadão Conteúdo Bolsonaro pediu que os ministros do STF reconsiderem a decisão

O presidente Jair Bolsonaro declarou, nesta quinta-feira (30), que “não ofendeu pessoalmente ninguém” e nem “nenhuma instituição” ao falar mais cedo sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, cuja liminar suspendeu sua nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal.

Nesta manhã, Bolsonaro disse que a decisão foi “política” e que ainda “não tinha engolido” a determinação. A fala gerou reações negativas de outros ministros e associações.

“Fiz um desabafo hoje de manhã, não ofendi pessoalmente ninguém nem instituições, apenas me coloquei no lugar de Ramagem”, afirmou o presidente em transmissão ao vivo pelas redes sociais. “Tenho certeza que os agentes e delegados se colocam no lugar dele, que teve no último momento negada a sua posse. Meu desabafo foi nesse sentido, se colocar ao lado de uma pessoa que não teve a chance de ter seu sonho concretizado.”

A fim de justificar a escolha, Bolsonaro leu parte do currículo de Ramagem que, além de ter atuado como coordenador de segurança do presidente, possui experiência na coordenação de grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014, e atuou na Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, em 2017.

Bolsonaro pediu que os ministros do STF reconsiderem a decisão. “Faço um apelo pelo passado, por tudo que ele fez pela pátria, contra a corrupção e a criminalidade.”

Relação de amizade

Moraes rejeitou o pedido por Ramagem ser próximo da família Bolsonaro, o que gerou contestações. Segundo o presidente, a relação de amizade que ambos têm é por Ramagem ter sido designado a participar da sua segurança.

“O crime dele é por ter participado da minha segurança, a proximidade comigo. Essa relação que ele fez comigo é o  que pode fazer com que ele, sendo um superintendente, possa exercer na plenitude o seu trabalho. Todo mundo ganha”, disse.

“Espero que após o meu desabafo, não só o senhor Alexandre [de Moraes], como os demais integrantes [do STF], dentro da celeridade e pensando no Ramagem e vida profissional dessa pessoa, revejam a decisão”, pediu.

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